Tuesday, February 23, 2010

REFLEXÃO SOBRE A PASSAGEM DOS 40

Finalmente passei dos 40 na certeza de que não existe crise dos 40, mas sim dos 39. Depois de muito penar no ano passado,começo 2010 a pleno vapor. Sabendo de que as palavras de meu pai são fruto da experiência: “a década dos 40 é a melhor na vida de um homem, que tem a maturidade e a energia suficientes para realizar muita coisa”.

Quando há tempos ouvi estas palavras (das quais nunca me esqueci) não as entendi, mas as guardei em minha memória. Agora as entendo perfeitamente e quero colocá-las em prática. Estou muito seguro de mim e da chegada aos 40! Nunca me senti tão forte e INTEIRO. Este ano promete. Serei mais eu. Serei feliz por mim mesmo, tentando encontrar quem compartilhe comigo a felicidade de viver. Descomplicarei minha vida. Limpei e continuarei limpando os trilhos do que estava me fazendo mal, muito mal. Seguirei minha incansável busca pela felicidade.

Há mais ou menos 2 anos iniciei um processo de revisão de minha vida que passou por várias fases. Muito sofri, mas MUITO vivi, estando sempre conectado à minha alma, à minha sensibilidade e procurando estar atento aos sinais que a vida me dava. Procurava e buscava respostas para várias perguntas que pareciam não ter solução. Cheguei a ficar deprimido ao não ver nenhuma saída para minha vida. Não enxergava nenhuma luz no fim do túnel. Passei a acreditar que o fim havia chegado.

Mas, graças a Deus, minha filha foi a energia propulsora de minha alma e seus olhos brilhantes e vivos sempre me convidavam a dar um passo além, a ir adiante, a não parar e não desistir. Sempre me desafiavam (e ainda desafiam!). E com este norte fui fazendo perguntas , procurando respostas, passando pelo vácuo da falta de esperança. Mas a esperança vence o medo (frase que não é do Lula nem do Obama) e andar com fé faz toda a diferença. Por isso continuei andando com fé porque ela não costuma falhar. Já não havia falhado quando sofria esperando por uma filha.

“Aqueles que semeiam chorando vão colher sorrindo”.
Salmo 126 versículo 5.

E assim segui semeando meus valores, minhas dúvidas, minha esperança. Segui fazendo da vida uma aventura e um caminho sem sinalização. Fui desenhando meu próprio atlas sem índice. Passando por clareiras e matas escuras, ás vezes indo pra frente, ás vezes recuando, mas sempre mantendo minha “estranha mania de ter fé na vida”. Mania essa que para mim só faz sentido se eu viver como se eu estivesse vendo tudo pela primeira vez. Por isso minha insaciável curiosidade pelas coisas e pelas pessoas, pelos acontecimentos e pela agitação que pode se transformar a vida quando se foge da rotina. Daí vem minha intensidade e prazer de viver. Quando estou bem, a vida é sempre algo novo.

E com esta perspectiva começo o ano de 2010. Com a capacidade de lançar sobre ele um olhar de novidade.

Chego aos meus 40 com a sensação de ter experimentado tudo o que queria (de bom e de ruim) e de ter vivido a vida seguindo o bordão: “melhor viver 10 anos a 1.000 do que 1.000 anos a 10” Por mais que eu tente, não dá para ser de outra forma. Está dentro de mim. É Inato.

Zerei meu odômetro e agora inicio um novo ciclo onde ainda não sei para onde a vida vai me levar. Mas sei que estou mais seguro e preparado para estas surpresas. Estou ciente de que as contas quem vai pagar sou eu e que para toda decisão há um preço a se pagar. Estou consciente de que tenho que pagar meus preços e minhas contas por conta própria. E que todo o esforço deve vir de mim mesmo para mim mesmo. Meu ciclo energético deve emanar de meu centro e convergir para meu próprio centro. Só assim dissparei a energia certa para conseguir as vitórias. Concentrando e focando energia em minha essência. Pois é dela que quero viver.

Sou uma cara social, aglomerador e comunicativo. Procuro enfrentar a vida sorrindo e bailando frente aos problemas sem deles me queixar. Acredito neles e na crise como uma grande oportunidade e sempre busco uma nova experiência frente à dúvida. Não era assim, mas aprendi a ser assim, depois de sofrer em brigas onde usei minhas armas de forma errada. Aprendi com meus próprios erros e usarei meu próprio fracasso para me alavancar.

Gosto de gente, de movimentação, de mesa cheia, de barulho e de festa. Gosto de música, de artes e de boa comida. Estrou descobrindo o prazer de cozinhar. Estou descobriindo o prazer de ser eu mesmo. Sem me preocupar com o olhar ou a opinião de outros. Busco sim, respeitar e aprender com outros pontos de vista. Odeio o preconceito. Luto contra ele, que é a fonte do encurtamento de horizontes e a origem da falta de perspectivas diferentes. Valorizo a diferença e com ela procuro crescer.

Estes tempos de CDHU tem sido muito importantes para mim. Cheguei lá “com a visão de um menino” e minha autoestima esmagada por um rolo compressor familiar. Cheguei lá julgando-me pelas expectitativas que foram criadas para serem atendidas. Era apenas um produto de meu próprio passado. Porém minhas viagens, contato físico com pessoas humildes e carentes e e exercício indireto da política abriram meus horizontes de forma impressionante. A política é algo lindo e fascinante. Vi, presenciei ao vivo, pessoas deixando barracos de favelas e “ganhando” apartamentos de 2 ou 3 dormitóriios. Vi lágrimas nos olhos de pessoas de mais de 60 anos que haviam, após anos de trabalho aos finais de semana e feriados, conseguido entrar em suas casas. Vi pessoas começando suas vidas com casa nova e esperança na lida com a vida. Vi o VERDADEIRO país que amo, valorizo e do qual me orgulho (sem ufanismo tolo). Vi a capacidade e a sabedoria de vida daqueles que quando perdem suas casas em enchentes levantam-se com coragem e dizem que não podem reclamar porque Deus dá saúde e força para começar tudo de novo.

Andei por bairros que jamais sonharia pisar, sujei meus sapatos em terras onde jamais pensaria em sujá-los, encarei a miséria de frente e dela não me escondi. Ao contrário, deixei minha redoma de cristal, e passei a acreditar na possibilidade de se transformar a realidade COM OS RECURSOS DISPONÍVEIS, ainda que escassos e desviados pela corrupção. Vi a necessidade versus a disponibilidade e procurei os olhos do equilíbrio. A perfeição é IMPOSSÍVEL de ser atingida, mas o equilíbrio é mais fácil de ser perseguido. Aprendi com pessoas cuja posição requer espírito democrático e habilidade para ouvir e confrontar opiniões. Procurei aprender com diálogos sobre fatos e não pessoas. Busquei tomar decisões objetivas baseadas em informações e não no julgamento de valores. Ampliei IMENSAMENTE minha visão de mundo e deixei de simplesmente criticar sem o conhecimento dos fatos, pois, na realidade, passei para o lado que recebe as pedradas. Com um dever bastante desafiador: o de representar o Estado. E representá-lo sem nele acreditar é tarefa impossível. Exerecendo esta função confirmei que toda generalização é sempre perigosa e, neste caso, ainda mais. Não se pode colocar toda a farinha em um mesmo saco.

Vivi nestes meses em um mundo que sempre me fascinou e respirei (como ainda respiro, só que agora de perto): os bastidores da comunicação. Uma tarefa que exige muito cuidado e atenção, sobretudo quando se trata com a opinião pública e a imprensa. È preciso saber contornar uma crise com muita sabedoria e frieza ao conduzir os fatos à luz do interesse geral. Não se pode alarmar e criar pânico ao mesmo tempo em que não se pode fugir do problema. È uma habilidade que requer o trabalho de mais responder do que perguntar e saber o que informar, para quem informar e, sobretudo, QUANDO informar. Perdi a inocência ao viver neste fascinante bastidor e meu desafio agora é manter o idealismo e fazer a diferença sabendo jogar com as regras do jogo. Voltei a acreditar na vida e no mundo que pode e DEVE ser melhor. Enfim, depois de muito tempo, recuperei minha capacidade de sonhar.

Por isso a celebração de meus 40 anos é um marco que expressa minha confiança em mim mesmo e nos dividendos do meu processo amadurecimento por conta de tudo que vivi, dos desafios que venci e do meu grande esforço para não me abater e entregar os pontos para a mediocridade.

Sou hoje um cara mais sereno, com olhos cada dia menos preconceituosos (esta grande praga social !) e livre para viver. Sigo lutando para ver a vida livre de pré julgamentos e juízo de valores, deixando com que as pessoas sejam quem são por sua conta e sem que eu tenha que dar a elas pesos ou medidas. Quero apenas ser livre para tomar minhas decisões e seguir meu caminho rumo a felicidade em relações mais leves e sanadas de expectativas e cobranças.

Quero cobrar menos, eperar menos, me frustar menos e fazer mais. Quero apenas estar só com meus pensamentos e atitudes. Pois a solidão é o último estágio da liberdade.

E, liberto, quero desfrutar da paz.

Tuesday, February 09, 2010

CICLOVIAS EM SÃO PAULO

Paulistanos têm projeto para implantação de 12,2 km de ciclovia.

O paulistano conta com o projeto do governo do Estado, Caminho Verde, responsável pela urbanização, paisagismo, readequação de calçamento e a implantação de uma ciclovia na área remanescente paralela à Linha 3 - Vermelha do Metrô. O programa acontece numa parceria entre a Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.



A ciclovia do Caminho Verde tem ao todo 12,2 km de extensão e percorrerá, junto à avenida Radial Leste, um trajeto entre as estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera, com implantação dos bicicletários Itaquera, Penha e Carrão, além de conexão com o existente em Guilhermina-Esperança. Este será o maior percurso de ciclovia implantado em área urbana e externo a parques em São Paulo. Ao longo da ciclovia, foram plantadas cerca de 1.800 árvores.



O projeto já está em fase final, com o trecho entre Itaquera até Vila Matilde já entregue. Hoje, mais de 70% da ciclovia está concluída com investimento parcial de R$ 6 milhões. As outras obras estão previstas para durar seis meses e se iniciarão após assinatura da Ordem de Serviço dos demais trechos.

Para finalizar o projeto serão gastos cerca de R$ 2 milhões na implantação de bicicletário com execução de novo acesso à estação Penha e adequação para implantação de ciclovia entre o viaduto Aricanduva e a estação Vila Matilde.

Entre outras adaptações, o projeto incluiu a readequação de calçamento, a instalação de mais de 900 novos postes de iluminação (rede de alimentação elétrica subterrânea) e sinalização cicloviária.

Bicicletários

A ciclovia complementa outros projetos de incentivo ao uso de bicicletas pelo Metrô, como os bicicletários que já ultrapassaram 50 mil acessos. O serviço conta com mais de 10 mil pessoas registradas utilizando as 15 estações que oferecem o serviço de estacionamento ou aluguel de bikes. Ao todo, o projeto já conta com 636 vagas de paraciclos e 202 bikes disponíveis para locação na capital paulista.

Para usar o serviço basta comparecer a um dos locais levando RG e CPF para efetuar o cadastro. No caso de empréstimo, também é necessário apresentar um cartão de crédito Visa com limite disponível de R$ 350,00 para pré-autorização.

Quem não possui o cartão de crédito, pode comparecer à sede do Instituto Parada Vital (Alameda Barão de Limeira, 985, 5º andar, Campos Elíseos) munido de RG, CPF, comprovante de residência (originais e uma cópia) e duas fotos 3X4 para confecção da carteirinha do UseBike que dará acesso ao serviço.

Parque Várzeas do Tietê

A satisfação dos ciclistas afeitos a longas distâncias está garantida também no Parque Várzeas do Tietê. O maior parque linear do mundo, lançado pelo governador José Serra em julho, vai contar com uma ciclovia de 230 quilômetros de extensão. Isso quer dizer que o trecho de ida e volta será próximo à distância entre Campinas e Ribeirão Preto - de 238 quilômetros.

A obra, prevista para 2016, contará com 77 campos de futebol, 129 quadras poliesportivas e 33 equipamentos de lazer com esporte, cultura e turismo, distribuídos ao longo do Rio Tietê em oito municípios da região metropolitana da capital. Já na primeira etapa, a ser entregue em 2012, serão 23 quilômetros de ciclovia.

Marginal Pinheiros

As margens do Tietê não serão as únicas a receber ciclistas. O Governo do Estado, por meio da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, iniciou em agosto um projeto para construir uma ciclovia ao longo da Marginal Pinheiros. O trecho inicial, de aproximadamente 7,5 quilômetros, deverá ligar o Parque do Povo, no Itaim, ao Parque Villa-Lobos, na zona oeste. O projeto prevê o uso de parte da estrada de serviços da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), que segue paralela aos trilhos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Do Portal do Governo do Estado de São Paulo

Friday, February 05, 2010

Tuesday, February 02, 2010

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei



Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive



E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada



Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar



E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.


Manoel Bandeira