Wednesday, January 14, 2009

Papa-léguas e coiotes


Passear ou dirigir pelas ruas no verão é uma delícia. Para olhos observadores como os meus, o espetáculo dado pelas mulheres valeria um ingresso. Caetano que me desculpe; deselegância discreta não é com a mulher paulistana. Saias mais curtas, bermudas coladas ao corpo, tops e regatas destacando os seios, barrigas retas à mostra. Um verdadeiro desfile que me alegra quando estou no carro ou mesmo andando pelas ruas.

Provocante ou recatada, toda mulher sabe quando está sendo observada. Basta mexer no cabelo. Mexeu no cabelo, soube que foi “mirada”. Mulher bonita quando passa na faixa de pedestres se sente na passarela. Endireita o corpo, firma os passos, olha para frente e finge que não vê quem está de olho nela. Passa reto, toda orgulhosa, sabendo que foi admirada por meia dúzia de motoristas. Quando chega do outro lado da rua, ainda pisando firme, dá aquela “olhadinha” para trás para ter certeza de que acertou o alvo. E, sem dar a menor bola, vai embora nos deixando na saudade.

Quando abrem a porta elas também podem parar o trânsito. A mulher charmosa põe as pernas pra fora de um jeito diferente. Nada mais gostoso para um homem do que imaginar o que vem depois daquele par de pernas. Nosso imaginário voa longe. Fantasiamos tudo e já colocamos a moça ao nosso lado sentada no carro. É bem verdade que a decepção às vezes é grande, mas, na maioria das vezes, nosso instinto não se engana. Vem sempre um "mulherão". Que, ao deixar o carro, já sai sabendo que a “fila está formada”.

O direito da mulher à trabalhar de minissaia ou bermuda é, no mínimo, uma sacanagem. Nada como pernas bem torneadas à mostra, batatas da perna que causam frio na espinha quando bem marcadas e uma fatal cruzada de coxas firmes que nos deixam sem fôlego. É dificil manter a compostura em reuniões quando a interlocutora do sexo “oposto” (prefiro dizer ideal !) mostra toda sua sensualidade. Na verdade é um crime contra os homens. Não é fácil termos que nos comportar educadamente e manter a compostura quando nossa concentração é posta à prova e quase não conseguimos controlar os constrangedores desvios de olhar. Se bem que toda mulher gosta de se sentir desejada e admirada. E nesta ápoca do ano mais ainda.

Por essas e outras o verão é ótimo. Deixa as mulheres mais soltas e menos recatadas. É como uma espécie de carnaval para o comportamento feminino. Nos cinco dias de folia as pessoas têm o “álibi” para fazer o que não conseguiram fazer durante o ano todo. Para as mulheres o verão é a hora de aceitar sua própria sensualidade e deixar de lado a vergonha e o falso pudor. É nesta estação que as mulheres colhem os louros da vitória após um ano de sacrifício. E nós, homens, nos sacrificamos para não cair de vez nas tentações que elas nos apresentam.

Thursday, January 08, 2009

UM CLÁSSICO DA PROPAGANDA

PROFESSIA DE GANDHI



"Olho por olho e o mundo acabará cego"

Mahatma Gandhi

A barbárie no Oriente Médio promovida por Israel é um crime contra a humanidade. Ataques a alvos civis são uma covardia e as imagens de crianças mortas e feridas sendo tiradas de escombros chocam o mundo. Não há luta contra o terror que justifique a prática do próprio terror.

A histórica e controversa questão palestina parece estar fora de controle. Lideranças Israelenses justificam seus ataques por combaterem uma organização extremista. Reflexo da nova política externa e diplomática praticada no mundo após a queda das torres do WTC. Desde 2001 o combate ao terrorismo vem endoçando práticas extremistas que nada mais fazem do que aumentar o próprio nível de violência dos conflitos. Sendo que, como se percebe neste momento, a violência é maior por parte de quem, supostamente, está combatendo o agressor. Na realidade, uma inversão de papéis: de defensor, passa-se a agressor. Basta ver as estatíticas destes onze dias de conflitos. Do lado Israelense, dez mortos, seis soldados e quatro civis. Do lado palestino, aproximadamente 700 vítimas fatais, a maior parte delas, civis.

Desde os terríveis ataques às torres gêmeas, tenho acompanhado uma crescente queda no nível de tolerância entre as partes beligerantes e uma menor disposição para acordos de paz. Cada vez mais o que vejo é a aceitação do uso da violência acompanhado por uma enorme preocupação em se justificar a utilização de meios mais agressivos e violentos preterindo a prática da negociação. Desde então, o que se percebe é um menor esforço diplomático, uma menor vigilância e intervenção dos órgãos mediadores e um velado aval da opinião pública quando se trata da "guerra ao terror".

Se não estiver enganado, o mundo, após o 11 de setembro, tornou-se não só mais violento, como também - o que é pior - mais conivente com o uso do poder bélico e da força bruta. Se, em breve, não formos capazes de reverter este processo, estaremos cada vez mais próximos da cegueira profetizada por Gandhi.

Wednesday, January 07, 2009

ATLAS SEM ÍNDICE

Distância traz liberdade.

Solidão, independência.



Livro-me de amarras,

testo limites,

sondo meus sons



Um novo mapa.

Desenho desconhecido,

atlas sem índice.

Tuesday, January 06, 2009

LER OU NÃO LER

Após uma estressante reta final de 2008, acompanhando por dois meses consecutivos o andamento da crise via jornais, rádios, blogs, newsletters, e o portal da BOVESPA, passei dez deliciosos dias alheio ao mundo. Não li uma linha de jornal, não assisiti a um telejornal e meu radio só tocou música sertaneja. Não fiquei sabendo o que se passou mundo afora durante este período de férias. Nem a tradicional cobertura dos Reveillons eu vi. Desliguei-me completamente. Tirei meu plug da tomada.
Na volta, ao chegar em minha casa, uma pilha de jornais e revistas na porta me esperava. Rapidamente, ainda com algumas malas em mãos, dei uma "zapeada" pelas notícias e confesso que senti um mal estar. Não sabia da guerra em Israel e tinha me esquecido das tragédias provocadas pelas chuvas. Imediatamente senti-me de volta ao mundo com a sensação de que era melhor não ter lido nada. Esse sentimento gerou um desconforto muito grande pois, embora manter-me informado e atualizado seja uma obrigação que me imponho diariamente, quando não leio nada (mesmo não estando de férias), sinto-me menos oprimido e estressado.
Talvez eu não esteja errado. Segundo nota publicada há pouco pelo Estadão, Lula, em entrevista à Revista Piauí deste mês, decalarou que não lê jornais nem sites porque faz mal ao fígado. O Presidente procura uma explicação atribuindo sua atualização ao convívio com as pessoas. "Um homem que conversa com o tanto de pessoas que eu converso por dia deve ter uns trinta jornais na cabeça todo santo dia", disse.
Mediante esta declaração gostaria de saber se devo conversar com mais pessoas ou ler os jornais e sites.