Tuesday, November 23, 2010

MOSAICO


Rodovia dos Bandeirantes pra cá.
Rodovia dos Bandeirantes pra lá.

Metrô,
Ônibus,
Táxi ou avião.
Minha vida está sempre na janela.

Arrumar a mala,
Já pode ser no dia da viagem.
Aeroporto,
Paisagem de toda semana.

Amanheço aqui,
Pouso ali.

Vendo os pequenos mundos,
Monto,
Peça a peça,
O mosaico da minha vida.

Thursday, November 04, 2010

MARKETING POLÍTICO, CARISMA E INCOMPETÊNCIA NAS ELEIÇÕES

As correntes na internet contra Lula e Dilma que rolaram Brasil afora durante estas eleições chamaram-me muito a atenção. Acho que foi uma manifestação ignorante, generalista, preconceituosa e ESTERIOTIPADA da realidade baseando-se no antigo chavão do medo contra o comunismo. Uma verdadeira pena, um desperdício de recurso de quem justamente pode ser considerada a camada "informada" da população. Em que pese que quem escreveu as baboseiras não deve ser tão informado assim. A internet é poderosíssima e poderia ter sido eficaz, caso o conteúdo das "correntes" não fosse tão pífio e inócuo. Além do ultrapassado medo contra os comunistas de plantão, ressuscitou um antigo preconceito contra os nordestinos, chamando-os de vagabundos, esquecendo-se da difícil realidade da qual saiu o atual presidente. O conteúdo não poderia ter sido mais revelador da herança da casa grande em nossa sociedade.

A mídia, por sua vez, também deu mostra de sua falta de profissionalismo ao não se declarar aberta e democraticamente. Ora, todo veículo de comunicação tem um espaço para se posicionar e dele deve usar para expressar sua opinião de forma pública e explícita. Não há qualquer problema em um veículo de comunicação utilizar seu espaço editorial para defender idéias de forma incisiva, mesmo que a favor de um candidato. O problema está na defesa enfática de idéias utilizando-se de capas dominicais e manchetes diárias. Neste caso há um desvio ético da prática da profissão jornalística, cuja função pilar e primordial é informar de forma imparcial. Perdi o respeito pela VEJA a partir de tantas capas tendenciosas. Da mesma forma, causou-me náusea e repúdio uma capa da ISTOÉ, idêntica a da VEJA da semana anterior, estampando Serra ao invés de Dilma em uma ridícula cópia. Nada contra o posicionamento político de cada uma das duas principais semanais do país, desde que seu posicionamento tivesse sido expresso nas páginas reservadas aos editores. A Carta Capital, por sua vez, há tempos se vem se mostrando pró-Lula, não apenas em seus editorias (o que eu respeito), mas também em suas manchetes. O problema é que o motivo para ela ser pró-Lula é escuso e está relacionado ao esquema Daniel Dantas. Por isso também não conta com meu respeito. O ESTADO teve meu respeito por ter se posicionado em seu editorial claramente, mostrando coerência e certa imparcialidade em sua cobertura. De uma forma geral a imprensa é tendenciosa e isto é uma pena. Nas últimas eleições presidenciais americanas vimos o mesmo fenômeno com a clara promoção do então candidato Barack Obama em revistas como a TIME, por exemplo. Na campanha brasileira causou-me indignação reportagens (sobretudo na VEJA) publicadas quase que como pubieditoriais da oposição. É claro que os escândalos aconteceram e deveriam ter sido noticiados, mas a forma como foram reportados em nada me agradou. Os cadernos de política fizeram uma cobertura altamente pró-oposição e não se pronunciaram abertamente, o que muito me incomodou. Prefiro uma cobertura com posicionamento claro, de forma honesta com o leitor, de forma a que cada um possa escolher o veículo que melhor expressa sua opinião. O que combato é a prática tendenciosa camuflada por uma velada imparcialidade que se vê apenas na esquecida ética jornalística. A mesma que prega verdade nos fatos. Não seria melhor informar a verdade (e só a verdade!) em uma cobertura imparcial, mas tendo se posicionado claramente no espaço devido? Não seria esta a prática do jornalismo ideal?

Lutando contra a tropa de elite da imprensa, a campanha do PT revelou nada mais do que a maturidade de seu marketing político e o imenso carisma de Luis Inácio da Silva. Apostando em uma novata sem a milhagem política de José Serra e ainda saindo em desvantagem nas pesquisas políticas, Lula foi capaz de içar uma burocrata de carreira à condição de Presidente da República. Subindo em palanques ao seu lado e carregando-a país afora por mais de uma ano, Lula foi capaz de transferir seu carisma para a novata que soube, muito bem ,apropriar-se dele. Durante toda a campanha Dilma repetiu o bordão "em nosso Governo" e aceitou o título de "mãe do PAC", um programa eleitoreiro que mal saiu do papel. O que saiu do papel, porém, foi a projeção nacional de Dilma, provando que a essência do PAC era promover o aceleramento do crescimento de Dilma nas pesquisas eleitorais.

Dilma não foi capaz de fazer realizações em "seu Governo" e o comando do marketing político do PT foi brilhante ao, na campanha televisiva, não focar em obras (as que seriam do PAC). Deixando o PAC para o palanque, a estratégia utilizada na televisão foi priorizar a autoestima do brasileiro. Para tanto, em uma linguagem bastante popular, utilizou a realização das Olimpíadas e da Copa do Mundo como chancela de um novo país "construído" por Lula. Os dois eventos tornaram-se, então, os avalistas da capacidade de realização do Governo Lula que, mais uma vez, colocou seu carisma não a serviço de seu país, mas sim de interesses pessoais. Lula usou muito bem sua projeção internacional e articulou a vinda destes eventos para o país porque sabia que seriam fundamentais em sua campanha para eleger Dilma. Tudo foi antecipadamente premeditado em um invejável planejamento estratégico de marketing.

Usando programas de Governo com nomes bem marqueteados, a questão da continuidade foi outro sustentáculo da campanha. Se Dilma não fosse eleita, o bolsa família e outros programas bem batizados, mas nada eficazes, iriam acabar. Repetindo insistentemente que estes programas não poderiam acabar, Dilma construiu no imaginário popular a idéia de que, se o governo messiânico de Lula não fosse continuado, o povo seria abandonado e voltaria para a miséria. E assim, Lula, que já disse ter vencido o medo com a esperança, usou, no mesmo tom ameaçador que já se dissera vítima, o medo para conquistar votos para sua sucessora. Em um requinte de manipulação da opinião pública, a Petrobrás, desde sempre nosso símbolo de riqueza econômica, foi utilizada como símbolo da ameaça representada por Serra. Caso eleito, ele privatizaria nossa maior empresa estatal, acabando com o emprego de milhões de brasileiros e barrando o crescimento econômico do Brasil.

Aliado ao viéz ameaçador e, abusando do apelo emocional, durante todo o segundo turno, Dilma se disse vítima de calúnias e difamações mudando teatralmente seu tom de voz quando falava sobre os escândalos da gestão petista. Convenientemente, Lula entrou em campo como fiel escudeiro de sua pupila. O Presidente praticamente largou suas atribuições e, sem qualquer escrúpulo, assumiu, definitivamente, o papel de cabo eleitoral. Os marqueteiros, por sua vez, aumentaram exponencialmente a exposição de Lula na televisão, tornando a candidata praticamente uma coadjuvante do segundo turno das eleições. Assim, Dilma blindou-se dos escândalos que no início do segundo turno lhe custaram alguns pontos percentuais. Não teve a dignidade e sequer sentiu-se na obrigação de dar satisfações aos eleitores, transferindo a responsabilidade para as instituições investigatórias. Da mesma forma, não deu explicações sobre a quebra de sigilo da Receita Federal de pessoas ligadas à campanha tucana. Aliás o PT é mestre nesta matéria e Palocci, um dos líderes da transição de governos, ainda tem muito o que explicar a este respeito. Mas, como o fato aconteceu sob as barbas de Lula, Palocci apenas perdeu seu cargo certamente com a promessa de reavê-lo anos mais tarde (o que deve acontecer em breve).

Ao contrário do PT, afinado e bem regido por um maestro da política, o PSDB não soube se unir em torno da candidatura de Serra. Rachado em sua própria liderança, o partido, em momento algum, demonstrou união e consistência, transparecendo disputa e instabilidade entre Serra e o comando da campanha. Desde o anúncio oficial da candidatura, que parece ter saído à fórceps, até a definição de quem seria o vice-presidente da chapa, Serra deixou transparecer uma velada "queda-de-braço" com o comando de sua campanha, tentando se sobrepor ao partido e não cedendo às pressões de suas bases. Autoritário e centralizador, Serra monopolizou a atenção da mídia e da população, na questão da sua saída do Governo do Estado de São Paulo, retardando o anúncio oficial de sua candidatura. Já no início, o primeiro passo errado da campanha tucana que, ao formalizar a candidatura somente em março, confundiu a população e deixou margem para que time da militância oposta consolidasse sua força em territórios onde já era forte.

Sem o anúncio oficial da candidatura de Serra, o PSDB deixou o campo aberto para o adversário, principalmente na região do Nordeste. Caso a oficialização tivesse ocorrido no final do ano passado e o partido tivesse entrado o ano com a campanha a todo vapor, provavelmente o cenário naquela região teria sido diferente. Era preciso ter fincado a bandeira tucana nos estados nordestinos e espalhado a imagem de Serrra por todos os cantos. Ao contrário, quase nada foi feito e a base se desfez. Prova disso é a não reeleição de Tasso Jereissati ao Senado pelo Ceará. O Nordeste, aliás, foi palco de um grande erro estratégico. Ao invés de focar esforços massivos naquela região, o PSDB resolveu apoiar-se em Aécio no Estado de Minas Gerais. Aécio, por si, seria capaz de conseguir votos para Serra, uma vez que, de virada, fez seu sucessor no Estado. Ao centralizar em Minas, talvez para não dar espaço a seu maior adversário interno no partido, Serra deixou Dilma deitar e rolar na região em que Lula goza de maior prestígio.

A questão da disputa de egos e poder entre Serra e Aécio custou caro aos tucanos. Tivesse Serra aceito alguma alternância de poder dentro do partido com Aécio em troca da participação dele como vice na chapa, provavelmente o desenrolar da campanha teria tido outro resultado. Tivesse Aécio, da mesma forma, aparado sua vaidade ao aceitar ser vice no momento crucial do lançamento tardio da campanha, que já começava claudicante, quiçá teríamos outra história para contar. Mas Serra não abriu mão de seu autoritarismo. Aécio não trocou o certo pelo incerto.

Mas, apesar das disputas internas, Serra, alavancado pela expressiva votação de Marina Silva, combalido, porém confiante, chegou ao segundo turno. Era a grande chance de uma virada histórica. Novamente, porém, o PSDB cometeu alguns pecados capitais.

Dilma estava ameaçada pelo escândalo de sua sucessora na Casa Civil e ainda procurava assimilar o golpe de não ter se elegido no primeiro turno. Era hora de atacar. Mas, ao invés de adentrar o segundo turno com agressividade, Serra preferiu "manter o alto nível" da campanha, mergulhando de vez na aristocrática empáfia tucana. Não era hora de falar com a classe média, com a região sudeste e com aqueles que já haviam decidido seu voto. Era a hora de falar com o povão, a imensa massa que tinha medo de perder o bolsa família e "voltar" para a miséria. Era hora montar base e fazer vigília no nordeste, garantir para aquele povo que ele faria obras no Nordeste e que não era o governador de um Estado rico. Era um homem do povo, que estava ao lado dos miseráveis nordestinos e que iria priorizar aquela região do país, que ia fazer muitas obras por e para eles e que iria dar muita atenção àquele povo carente. Era hora de encostar Dilma e o PT na parede e pedir explicações sobre o PAC, que nunca saiu do papel. Cobrar uma postura ética e condizente com relação ao tráfico de influência nas mãos de Erenice. Pedir satisfações a respeito dos contratos ilícitos dos Correios. Relembrar o Valerioduto que faz o Collor e o PC Farias virarem trombadinhas perto do esquema que foi montado. Cobrar um posicionamento claro sobre a liberdade de imprensa e a censura sobre o Estadão e veículos nos Estados de Tocantins e Ceará. Cobrar as melhorias na educação, na saúde e na infraestrutura. Mostrar o escandaloso superfaturamento das obras para os Jogos Panamericanos do Rio e perguntar quanto iria ser desviado nas obras da Copa e das Olimpíadas.

Mas não, Serra não enfrentou e confrontou Dilma em nenhum debate. Não falou a linguagem do povo em nenhum comercial de TV ou spot de rádio. Não se mostrou próximo ao povo em nenhum momento. Manteve-se frio, pouco emotivo, nada carismático e absolutamente acadêmico. Nenhuma vez falou para o povo, e sempre para a classe média que o apoiava. Esqueceu-se completamente que seu verdadeiro adversário era Lula e não Dilma e nada fez para tirar o terno e a gravata que Lula raramente usa em suas aparições públicas. Ou seja, manteve a tradição aristocrática e acadêmica do PSDB, parecendo dar de ombros e desprezar o discurso apelativo de Dilma que se fazia de vítima. Era justamente a hora de bater de frente e, ao invés de se esquivar, chamar para a briga e dizer que tinha mesmo acusado e que não tinha medo de processos. Era a hora de provar pros nordestinos que era um "cabra macho" e que punha pra quebrar. Era a hora de se tornar um legítimo galo de briga do sertão. Mas não, Serra recou. Fechado, isolado e acovardado, deixou passar uma excelente oportunidade. Uma oportunidade que, diga-se de passagem, se estivesse nas mãos de Aécio, talvez não fosse perdida.

Ao contrário do que deveria ter feito, Serra não desceu de seus tamancos aristocráticos e jogou o segundo turno de salto alto. Agora deve entrar para a história como o homem que tentou, e não conseguiu, por duas vezes, vencer aquele que provavelmente ficará conhecido como o político mais carismático que este país já viu.

Thursday, August 26, 2010

PÓ VIRADO

Como suportar o presente

Se ele já é história.



Tento viver o agora,

Mas o agora é fuga.



Nas asas de uma avião

Vago pelas nuvens

Hora aqui, hora ali




Não tenho solo,

Não tenho teto,

Só tenho amor.



Caminho só.

Virei pó de mim.

Sunday, July 18, 2010

PAZ QUE ME DEIXA IMPAZ

Não é fácil levar a vida como eu levo, sempre de peito aberto e enfrentando preconceitos e paradigmas, sempre em busca da minha verdade e de minhas referências (sem a imposição ou olhar de alguém). Mesmo nas áreas mais conservadoras, lá estou eu quebrando barreiras e vislumbrando horizontes. Olhando sempre adiante, confiante, receioso de não conter meu impulso, mas nunca receioso de lutar por um ideal maior. Não tem sido fácil experimentar de forma franca um embate com minha consciência, mas ela sempre prevalesce e ponho minha cabeça no travesseiro em paz. Paz esta que não transborda em meu coração dividido, duvidoso e contemplativo, mas paz esta que existe por eu saber aceitar o conflito interno que divide meu coração. Paz esta que me deixa irriquieto, pois gostaria de estar mais impulsivo como em tempos anteriores. Paz que me tranquliza porque sei que não existe plenitude e não adianta buscar a perfeição. Paz que existe porque deixei de me cobrar a "santidade", paz que existe porque admiti que sou um ser humano comum como outro qualquer. Paz que existe porque admito o erro e não me autoflagelo ou me penintencio por ele. Paz que me acalma e me acalenta porque não quero mais servir de modelo para nada ou ninguém.

Não me cobro mais isso, não quero mais isso de mim. Quero apenas viver de forma mais leve, mais simples, mais humana.

Paz que existe porque me permito NÃO CONSEGUIR TER E NÃO MAIS QUERER TER CONTROLE SOBRE A VIDA. PAZ QUE ME CONFORTA PERANTE MINHA INCAPACIDADE DE CONTROLAR AS COISAS. Paz esta que me faz bem, muito bem, porque não cobro de mim certeza, não cobro de mim resolução, não cobro de mim NENHUMA posição. Ao contrário, deixo-me vagar pela dúvida, permito-me brincar com a incerteza, que acaba por me lançar na vida.

Paz que me faz viver A VIDA COMO ELA É. NÃO COMO GOSTARIA OU SONHASSE QUE FOSSE.

Paz que me deixa feliz porque posso errar sem ter medo da imperfeição. Paz esta que, por não mais temer a imperfeição, me deixa mais corajoso. Paz esta que me afasta dos moldes, das forminhas, das expectativas e das ilusões. Paz esta que me deixa cada dia menos em paz. E, por estar em menor paz, me faz encontrar na imperfeição a pacificação.E com ela confraternizar e me entender, aceitando as diferenças da vida.

Assim tenho vivido, cada dia mais esperando menos, contemplando e ouvindo mais. Assim tenho alçado meu vôo, procurando primeiro ouvir para depois falar. Um vôo solitário, doído, às vezes baixo, às vezes alto, mas sempre vôo, sempre vôo. Sou um pássaro que vive a voar, um sabiá que jamais deixará de voar e de ser livre. Agoro vôo em busca de minha vida, de minha própria vida. E se tem uma coisa que desejo é estar ao lado de minha filha. Não porque ela precisa de educação, mas sim porque ela precisa de um pai. Simplesmente um pai. Imperfeito como qualquer um e sem condições de dar lições de moral ou de qualquer outra coisa. Um pai, apenas um pai. Nada mais do que isso. Um amigo em quem ela possa confiar e que deixe para ela apenas uma certeza: a de que a porta de casa estará sempre aberta e que ela pode entrar a hora em que quiser, porque sua cama estará sempre arrumada.

Com esta simplicidade, encontro a PAZ QUE ME DEIXA IMPAZ.

Wednesday, May 19, 2010

GRAVIDEZ DA ALMA

Nada de ficar longe

distante

quando

na verdade

não há

e nunca houve,

qualquer distância.


Não vou chorar a ausência que nunca senti;

só não vou mais fugir

Olhando para os lados,

lutando para negar o que faz parte de mim.


É gravidez da alma.


Ficará comigo,

dia após dia a me incomodar,

sempre a me atormentar,

sem nunca me abandonar

até o dia

em que eu desista de jamais desisitir.

Tuesday, March 30, 2010

INVICTUS




Aos trancos e barrancos, parando e voltando em várias cenas para revê-las, após três "sessões", terminei ontem de assistir INVICTUS, filme que mostra a incrível história da Seleção sulafricana de rugby que ganhou a copa do mundo disputada em 1995na África do Sul sob a tutela de Nelson Mandela.

Já conhecia esta história por causa de minha mania de "zapear" livros. Certa tarde havia perdido a noção do tempo em uma livraria transportando-me para a África do Sul daquela época ao deliciar-me lendo algumas páginas do livro (que agora vou comprar) Conquistando o Inimigo, escrito por John Carlin e publicado pela Editora Sextante. O filme, com magistral atuação de Morgan Freeman interpretando Nelson Mandela, baseia-se neste livro e tem passagens que tocam fundo a alma. A impecável direção de Clint Eastwood imprime um ritmo empolgante e emocionante (sem cair na tentação da pieguice) neste que já é, certamente, um dos filmes da minha vida.

Na era do Apartheid, Rugby era esporte de brancos ao passo que o futebol era esporte dos negros que, de tanto odiar os brancos, torciam contra a própria seleção sulafriacana de rugby. Ao assumir o poder, praticamente a um ano da realização da copa de mundo de Rugby na África, Mandela vislumbrou neste torneio uma oportunidade única para unir as duas raças em torno de um ideal comum. E assumiu esta competição como uma questão de Estado colocando-a como prioridade pessoal em seu Governo. Aproximou-se do capitão da seleção convidando-o para uma audiência na qual, em uma incrível lição de humildade e liderança, serviu o tradicional chá das cinco a um legítimo súdito da Rainha Inglesa dizendo que o chá havia sido uma das grandes heranças dos ingleses. Determinou que a seleção treinasse em várias cidades e em campos de todos os tamanhos por toda a àfrica do Sul, colocando os brancos, antes isolados, em contato com a pobreza de seu país. Ao mesmo tempo, colocou os negros muito próximos ao símbolo mais emblemático de seus antigos exploradores. Uma desafiadora experiência para ambos os lados, capaz de expor as feridas de forma arriscada. Em sua visão, porém, o único modo de, pacificamente, harmonizar as duas raças que digeriam o final do Apartheid e ainda se odiavam.

Em seu primeiro ato como Presidente, Mandela chamou a todos os funcionários brancos do Governo para lhes dizer que eles tinham a liberdade de deixar suas atribuições caso não quisessem trabalhar para um chefe negro, mas disse que precisava de seu trabalho para a construção de uma nação, pedindo àqueles que ficassem que simplesmente fizessem o que melhor sabiam com muita dedicação, prometendo, de sua parte,fazer o mesmo. A adesão foi unânime e todos ficaram imbuídos de sua missão, servindo, com devoção, à tarefa de construir uma nação unida. Colocou em prática, desta forma, seu discurso de perdão e generosidade em prol de uma grande nação, ganhando, desde o primeiro momento de seu Governo, credibilidade para cobrar de seu povo a mesma atitude.

Somente um homem que permaneceu 27 anos preso sonhando com a liberdade e uma nação unida poderia ser capaz de identificar no esporte de seus "inimigos" a única chance de unificar um país cujas cicatrizes do Apartheid ainda se manifestavam profundamente na sociedade. Somente um homem que, em sua esfera familiar enfrentou a incompreensão por sua obsessão pela paz, poderia ter manejado com tanta grandeza o rancor dos dois lados. Mandela experimentou em seu âmbito familiar as conseqüências deste verdadeiro câncer social e o filme mostra de forma particularmente sensível a dor de um homem dividido entre sua missão de líder e as carências de um mortal enfrentando grande pressão psicológica.

Exatamente quinze anos depois da grande final de Rugby, a África do Sul sedia, este ano,a Copa do Mundo de futebol. Ao contrário da Copa de Rugby, onde certamente teria torcido pela a seleção sulafricana, nesta Copa não desejo a vitória do país sede. Mas, sinceramente, desejo que eles cheguem pelo menos entre os quatro melhores para que o apartheid permaneça definitivamente como um sombrio capítulo de nossa história.

Tuesday, February 23, 2010

REFLEXÃO SOBRE A PASSAGEM DOS 40

Finalmente passei dos 40 na certeza de que não existe crise dos 40, mas sim dos 39. Depois de muito penar no ano passado,começo 2010 a pleno vapor. Sabendo de que as palavras de meu pai são fruto da experiência: “a década dos 40 é a melhor na vida de um homem, que tem a maturidade e a energia suficientes para realizar muita coisa”.

Quando há tempos ouvi estas palavras (das quais nunca me esqueci) não as entendi, mas as guardei em minha memória. Agora as entendo perfeitamente e quero colocá-las em prática. Estou muito seguro de mim e da chegada aos 40! Nunca me senti tão forte e INTEIRO. Este ano promete. Serei mais eu. Serei feliz por mim mesmo, tentando encontrar quem compartilhe comigo a felicidade de viver. Descomplicarei minha vida. Limpei e continuarei limpando os trilhos do que estava me fazendo mal, muito mal. Seguirei minha incansável busca pela felicidade.

Há mais ou menos 2 anos iniciei um processo de revisão de minha vida que passou por várias fases. Muito sofri, mas MUITO vivi, estando sempre conectado à minha alma, à minha sensibilidade e procurando estar atento aos sinais que a vida me dava. Procurava e buscava respostas para várias perguntas que pareciam não ter solução. Cheguei a ficar deprimido ao não ver nenhuma saída para minha vida. Não enxergava nenhuma luz no fim do túnel. Passei a acreditar que o fim havia chegado.

Mas, graças a Deus, minha filha foi a energia propulsora de minha alma e seus olhos brilhantes e vivos sempre me convidavam a dar um passo além, a ir adiante, a não parar e não desistir. Sempre me desafiavam (e ainda desafiam!). E com este norte fui fazendo perguntas , procurando respostas, passando pelo vácuo da falta de esperança. Mas a esperança vence o medo (frase que não é do Lula nem do Obama) e andar com fé faz toda a diferença. Por isso continuei andando com fé porque ela não costuma falhar. Já não havia falhado quando sofria esperando por uma filha.

“Aqueles que semeiam chorando vão colher sorrindo”.
Salmo 126 versículo 5.

E assim segui semeando meus valores, minhas dúvidas, minha esperança. Segui fazendo da vida uma aventura e um caminho sem sinalização. Fui desenhando meu próprio atlas sem índice. Passando por clareiras e matas escuras, ás vezes indo pra frente, ás vezes recuando, mas sempre mantendo minha “estranha mania de ter fé na vida”. Mania essa que para mim só faz sentido se eu viver como se eu estivesse vendo tudo pela primeira vez. Por isso minha insaciável curiosidade pelas coisas e pelas pessoas, pelos acontecimentos e pela agitação que pode se transformar a vida quando se foge da rotina. Daí vem minha intensidade e prazer de viver. Quando estou bem, a vida é sempre algo novo.

E com esta perspectiva começo o ano de 2010. Com a capacidade de lançar sobre ele um olhar de novidade.

Chego aos meus 40 com a sensação de ter experimentado tudo o que queria (de bom e de ruim) e de ter vivido a vida seguindo o bordão: “melhor viver 10 anos a 1.000 do que 1.000 anos a 10” Por mais que eu tente, não dá para ser de outra forma. Está dentro de mim. É Inato.

Zerei meu odômetro e agora inicio um novo ciclo onde ainda não sei para onde a vida vai me levar. Mas sei que estou mais seguro e preparado para estas surpresas. Estou ciente de que as contas quem vai pagar sou eu e que para toda decisão há um preço a se pagar. Estou consciente de que tenho que pagar meus preços e minhas contas por conta própria. E que todo o esforço deve vir de mim mesmo para mim mesmo. Meu ciclo energético deve emanar de meu centro e convergir para meu próprio centro. Só assim dissparei a energia certa para conseguir as vitórias. Concentrando e focando energia em minha essência. Pois é dela que quero viver.

Sou uma cara social, aglomerador e comunicativo. Procuro enfrentar a vida sorrindo e bailando frente aos problemas sem deles me queixar. Acredito neles e na crise como uma grande oportunidade e sempre busco uma nova experiência frente à dúvida. Não era assim, mas aprendi a ser assim, depois de sofrer em brigas onde usei minhas armas de forma errada. Aprendi com meus próprios erros e usarei meu próprio fracasso para me alavancar.

Gosto de gente, de movimentação, de mesa cheia, de barulho e de festa. Gosto de música, de artes e de boa comida. Estrou descobrindo o prazer de cozinhar. Estou descobriindo o prazer de ser eu mesmo. Sem me preocupar com o olhar ou a opinião de outros. Busco sim, respeitar e aprender com outros pontos de vista. Odeio o preconceito. Luto contra ele, que é a fonte do encurtamento de horizontes e a origem da falta de perspectivas diferentes. Valorizo a diferença e com ela procuro crescer.

Estes tempos de CDHU tem sido muito importantes para mim. Cheguei lá “com a visão de um menino” e minha autoestima esmagada por um rolo compressor familiar. Cheguei lá julgando-me pelas expectitativas que foram criadas para serem atendidas. Era apenas um produto de meu próprio passado. Porém minhas viagens, contato físico com pessoas humildes e carentes e e exercício indireto da política abriram meus horizontes de forma impressionante. A política é algo lindo e fascinante. Vi, presenciei ao vivo, pessoas deixando barracos de favelas e “ganhando” apartamentos de 2 ou 3 dormitóriios. Vi lágrimas nos olhos de pessoas de mais de 60 anos que haviam, após anos de trabalho aos finais de semana e feriados, conseguido entrar em suas casas. Vi pessoas começando suas vidas com casa nova e esperança na lida com a vida. Vi o VERDADEIRO país que amo, valorizo e do qual me orgulho (sem ufanismo tolo). Vi a capacidade e a sabedoria de vida daqueles que quando perdem suas casas em enchentes levantam-se com coragem e dizem que não podem reclamar porque Deus dá saúde e força para começar tudo de novo.

Andei por bairros que jamais sonharia pisar, sujei meus sapatos em terras onde jamais pensaria em sujá-los, encarei a miséria de frente e dela não me escondi. Ao contrário, deixei minha redoma de cristal, e passei a acreditar na possibilidade de se transformar a realidade COM OS RECURSOS DISPONÍVEIS, ainda que escassos e desviados pela corrupção. Vi a necessidade versus a disponibilidade e procurei os olhos do equilíbrio. A perfeição é IMPOSSÍVEL de ser atingida, mas o equilíbrio é mais fácil de ser perseguido. Aprendi com pessoas cuja posição requer espírito democrático e habilidade para ouvir e confrontar opiniões. Procurei aprender com diálogos sobre fatos e não pessoas. Busquei tomar decisões objetivas baseadas em informações e não no julgamento de valores. Ampliei IMENSAMENTE minha visão de mundo e deixei de simplesmente criticar sem o conhecimento dos fatos, pois, na realidade, passei para o lado que recebe as pedradas. Com um dever bastante desafiador: o de representar o Estado. E representá-lo sem nele acreditar é tarefa impossível. Exerecendo esta função confirmei que toda generalização é sempre perigosa e, neste caso, ainda mais. Não se pode colocar toda a farinha em um mesmo saco.

Vivi nestes meses em um mundo que sempre me fascinou e respirei (como ainda respiro, só que agora de perto): os bastidores da comunicação. Uma tarefa que exige muito cuidado e atenção, sobretudo quando se trata com a opinião pública e a imprensa. È preciso saber contornar uma crise com muita sabedoria e frieza ao conduzir os fatos à luz do interesse geral. Não se pode alarmar e criar pânico ao mesmo tempo em que não se pode fugir do problema. È uma habilidade que requer o trabalho de mais responder do que perguntar e saber o que informar, para quem informar e, sobretudo, QUANDO informar. Perdi a inocência ao viver neste fascinante bastidor e meu desafio agora é manter o idealismo e fazer a diferença sabendo jogar com as regras do jogo. Voltei a acreditar na vida e no mundo que pode e DEVE ser melhor. Enfim, depois de muito tempo, recuperei minha capacidade de sonhar.

Por isso a celebração de meus 40 anos é um marco que expressa minha confiança em mim mesmo e nos dividendos do meu processo amadurecimento por conta de tudo que vivi, dos desafios que venci e do meu grande esforço para não me abater e entregar os pontos para a mediocridade.

Sou hoje um cara mais sereno, com olhos cada dia menos preconceituosos (esta grande praga social !) e livre para viver. Sigo lutando para ver a vida livre de pré julgamentos e juízo de valores, deixando com que as pessoas sejam quem são por sua conta e sem que eu tenha que dar a elas pesos ou medidas. Quero apenas ser livre para tomar minhas decisões e seguir meu caminho rumo a felicidade em relações mais leves e sanadas de expectativas e cobranças.

Quero cobrar menos, eperar menos, me frustar menos e fazer mais. Quero apenas estar só com meus pensamentos e atitudes. Pois a solidão é o último estágio da liberdade.

E, liberto, quero desfrutar da paz.

Tuesday, February 09, 2010

CICLOVIAS EM SÃO PAULO

Paulistanos têm projeto para implantação de 12,2 km de ciclovia.

O paulistano conta com o projeto do governo do Estado, Caminho Verde, responsável pela urbanização, paisagismo, readequação de calçamento e a implantação de uma ciclovia na área remanescente paralela à Linha 3 - Vermelha do Metrô. O programa acontece numa parceria entre a Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.



A ciclovia do Caminho Verde tem ao todo 12,2 km de extensão e percorrerá, junto à avenida Radial Leste, um trajeto entre as estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera, com implantação dos bicicletários Itaquera, Penha e Carrão, além de conexão com o existente em Guilhermina-Esperança. Este será o maior percurso de ciclovia implantado em área urbana e externo a parques em São Paulo. Ao longo da ciclovia, foram plantadas cerca de 1.800 árvores.



O projeto já está em fase final, com o trecho entre Itaquera até Vila Matilde já entregue. Hoje, mais de 70% da ciclovia está concluída com investimento parcial de R$ 6 milhões. As outras obras estão previstas para durar seis meses e se iniciarão após assinatura da Ordem de Serviço dos demais trechos.

Para finalizar o projeto serão gastos cerca de R$ 2 milhões na implantação de bicicletário com execução de novo acesso à estação Penha e adequação para implantação de ciclovia entre o viaduto Aricanduva e a estação Vila Matilde.

Entre outras adaptações, o projeto incluiu a readequação de calçamento, a instalação de mais de 900 novos postes de iluminação (rede de alimentação elétrica subterrânea) e sinalização cicloviária.

Bicicletários

A ciclovia complementa outros projetos de incentivo ao uso de bicicletas pelo Metrô, como os bicicletários que já ultrapassaram 50 mil acessos. O serviço conta com mais de 10 mil pessoas registradas utilizando as 15 estações que oferecem o serviço de estacionamento ou aluguel de bikes. Ao todo, o projeto já conta com 636 vagas de paraciclos e 202 bikes disponíveis para locação na capital paulista.

Para usar o serviço basta comparecer a um dos locais levando RG e CPF para efetuar o cadastro. No caso de empréstimo, também é necessário apresentar um cartão de crédito Visa com limite disponível de R$ 350,00 para pré-autorização.

Quem não possui o cartão de crédito, pode comparecer à sede do Instituto Parada Vital (Alameda Barão de Limeira, 985, 5º andar, Campos Elíseos) munido de RG, CPF, comprovante de residência (originais e uma cópia) e duas fotos 3X4 para confecção da carteirinha do UseBike que dará acesso ao serviço.

Parque Várzeas do Tietê

A satisfação dos ciclistas afeitos a longas distâncias está garantida também no Parque Várzeas do Tietê. O maior parque linear do mundo, lançado pelo governador José Serra em julho, vai contar com uma ciclovia de 230 quilômetros de extensão. Isso quer dizer que o trecho de ida e volta será próximo à distância entre Campinas e Ribeirão Preto - de 238 quilômetros.

A obra, prevista para 2016, contará com 77 campos de futebol, 129 quadras poliesportivas e 33 equipamentos de lazer com esporte, cultura e turismo, distribuídos ao longo do Rio Tietê em oito municípios da região metropolitana da capital. Já na primeira etapa, a ser entregue em 2012, serão 23 quilômetros de ciclovia.

Marginal Pinheiros

As margens do Tietê não serão as únicas a receber ciclistas. O Governo do Estado, por meio da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, iniciou em agosto um projeto para construir uma ciclovia ao longo da Marginal Pinheiros. O trecho inicial, de aproximadamente 7,5 quilômetros, deverá ligar o Parque do Povo, no Itaim, ao Parque Villa-Lobos, na zona oeste. O projeto prevê o uso de parte da estrada de serviços da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), que segue paralela aos trilhos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Do Portal do Governo do Estado de São Paulo

Friday, February 05, 2010

Tuesday, February 02, 2010

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei



Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive



E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada



Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar



E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.


Manoel Bandeira

Wednesday, January 20, 2010

PASSOS

Pisei no pó da história.

Vi nos rostos da pobreza,

O sorriso da ignorância.

Monday, January 18, 2010

PARA LER UMA VEZ POR SEMANA

Recebi hoje um e-mail de um amigo. O artigo estava em inglês e resolvi traduzì-lo.

"Você deveria ler estas palavras pelo menos uma vez por semana:


"Para celebar meu envelhecimento, escrevi 45 lições que a vida me ensinou. Foi a coluna mais lida e requesitada que jamais escrevi"

Meu odômetro virou os 90 em agosto, e assim me ensinou a vida:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, decida pelo menor passo que estiver ao seu alcance.

3. A Vida é muito curta para perder tempo odiando alguém.

4. Seu trabalho não vai cuidar da sua saúde quando você estiver doente. Seus pais e amigos, sim. Lembre-se disso!
5. Pague seu cartão de crédito todo mês.


6. Você não tem que vencer toda discussão. Concorde em discordar e aceite o argumento alheio.

7. Chore com alguém. Alivia mais do que chorar sozinho.

8. Não tem problema ficar bravo com Deus. Ele tolera isso pois é mais poderoso do que você..

9. Economize para sua aposentadoria desde seu primeiro salário.

10. Quando a tentação for chocolate, a resistência é inútil.

11. Faça as pazes com seu passado para que ele não estrague seu presente.

12. Não se importe em deixar seus filhos te verem chorar.

13. Não compare sua vida com a das outras pessoas. Você não tem idéia do que elas verdadeiramente estão passando.

14. Se um relacionamento deve ser mantido em segredo, você não deveria participar dele.

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe, Deus não hesita.

16. Respire fundo. Isso acalma a mente.

17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonita ou prazerosa..

18. Qualquer coisa que não te mate, realmente te torna mais forte.

19. Nunca é tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda infância é opção sua.

20. Quando for perseguir aquilo que você ama na vida, não aceite não como resposta.

21. Acenda velas,use roupas bonitas, vista lingerie chique. Não espere uma ocasião especial. Hoje é um dia especial.

22. Prepare-se com antecedência, depois vá.

23. Seja excêntrico hoje. Não espere a idade chegar.

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

25. Ninguém, senão você mesmo, é responsável pela sua felicidade.

26. Marque cada suposta pequena desgraça da sua vida com a seguinte pergunta: como vai estar esta situação daqui a cinco anos?

27. Sempre vote pela vida.

28. Perdoe a todos por tudo.

29. O que as outras pessoas pensam a seu respeito naõ é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.

31. Não importa se a situação é boa ou má, certamente ela mudará.

32. Não se leve tão à sério. Ninguém o faz.

33. Acredite em milagres.

34. Deus te ama por ser seu Deus, não por algo que você faça ou tenha feito.

35. Não cobre da vida. Faça e aconteça agora.

36. Envelhecer bem mata a alternativa - morrer jovem.

37. Seus filhos terão apenas uma infância.

38. Tudo o que realmente importa no final do dia é aquilo que você realizou com amor.

39. Saia todo dia. Os milagres estão por aí te esperando.

40. Se todos os nossos problemas estivessem empilhados e pudéssemos ver a pilha dos problemas dos outros, certamente ficaríamos com a nossa pilha de problemas.

41. A inveja é pura perda de tempo. Você já tem o que precisa.

42. O melhor está sempre por vir.

43. Não importa como você esteja se sentindo: levante-se, vista-se e apareça para a vida..

44. Dê a preferência.

45. A vida não está embalada para presentes, mas é um belo presente".

Thursday, January 14, 2010

SAUDADES DO VELHO GUERREIRO

Odeio esta praga da televisão moderna chamada Reality show. Devo confessar que, por curiosidade pessoal e, espírito de um homem de comunicação, assisti alguns capítulos(e até segui)as primeiras edições de algumas destas porcarias eletrônicas: Casa dos Artistas, Big Brother Brasil, No Limite, Ídolos, O Aprendiz, A Fazenda. Não passei incólume a febre mundial da Susan Boyle no ano passado.

Mas não sou contra o formato reality show. Quem é que não tem espírito voyer, não gosta de dar uma olhadinha no vizinho pelo olho mágico, não fica curioso com uma janela aberta com luz acesa? Quem é que não fala mal dos outros, não fofoca, não dá opinião quando não é chamado, não mete o bedelho onde não deveria? Qual mulher não gosta de ser percebida quando passa na rua? Que mulher não adora se sentir desejada? E quem no mundo não gosta de se sentir importante?

Por explorar o desejo humano de ver e ser visto, os reality shows não param de se multiplar e, salvo raras execeções, sempre conseguem bons índices de audiência. Não acho falta do que fazer assisitr a um reality show. Não condeno quem os assiste e, muito menos, quem os exibe. O que me irrita, porém, é o exagero e a falta de bom senso na busca pela audiência (este aliás, um dos maiores problemas da TV mundial hoje).

A partir de sua 3ª edição, não assisto o BBB. Desde então só fico sabendo um pouco do que está acontecendo quando ouço comentários das pessoas que trabalham ao meu redor. Ou, mais recentemente, depois que ele passou a ter "cobertura jornalística" via internet. Como sou usuário do IG, acabo lendo as manchetes. Foi o que aconteceu ontem e hoje, quando vi o conteúdo de uma insultante chamada: "Dicesar conta detalhes de sua carreira como Drag Queen". Desacreditando no que lia, fiquei sabendo que, além de uma drag queen, esta edição do BBB conta com a presença de um gay assumido. E que, na primeira festa do programa, já houve um selinho entre homens.

Nada contra homessexuais e Drag Queens. Nada contra mesmo! Tudo, porém, contra a emissora que coloca dois personagens atípicos - alegando suposta falta de preconceito - quando, na realidade, está explorando suas diferenças na busca pela audiência. Tudo contra a direção do programa que, em um processo seletivo tendencioso, já escolheu estes dois participantes com planos préconcebidos. Ou teria sido mera e casual atração um selinho na primeira oportunidade? Tudo contra a exploração e ridicularização de opções pessoais e difíceis. Tudo contra a massificação do preconceito.

O efeito produzido pela exposição em programas como o BBB de estilos de vida ainda em fase de afirmação na sociedade é o contrário daquele que se pode imaginar. Ao invés de quebrar tabus e mitos esta exposição acaba por reforçá-los, fortalecendo ainda mais o preconceito contra estas pessoas. Ao invés de contribuir para que este comportamento seja cada vez mais aceito como normal, a exibição, na hora errada, para o público errado, de cenas e casos do universo homossexual, só serve para acentuar esteriótipos. O público em geral da TV aberta ainda não está totalmente preparado para este universo que, aos seus olhos, ainda é pouco aceito. Os comentários certamente serão preconceituosos e, enquanto permanecerem no BBB9, os homessexuais serão vistos como "aves raras", aumentando o interesse pelo programa.

É uma pena perceber o crescimento, a passos largos, da falta de critérios e limites na luta pela audiência. Esta tem sido uma tarefa dos diretores de programação e apresentadores de televisão que procuravam, através de sua criatividade, diferenciar o conteúdo de seus programas. Esta sempre foi a regra do jogo. Só que, da forma como ele está sendo jogado hoje, dá uma saudade do Velho Guerreiro!

Wednesday, January 13, 2010

BLOG QUE EU RECOMENDO

Acabo de adicionar a minha lista de Blogs que gosto de ler (posicionada abaixo a direita nesta página) um BLOG que eu recomendo:

www.terapia-livros.blogspot.com (TERAPIA LITERÀRIA)

Este BLOG é do meu eterno mestre Gabriel Perisse (www.perisse.com.br)que há mais de dez anos me acompanha em minhas buscas literárias. Além de um grande amigo, um tremendo palestrante e filósofo.

Um cara brilhante capaz de escrever coisas como o texto abaixo que só tem um defeito: não ter sido escrito por mim.

Grande abraço, mestre!

LEITURA TUDO CURA
Por Gabriel Perisse

"Leitura cura tudo. É bom para tudo, tudo ajuda, faz de tudo.

Trabalha todas as dimensões intelectuais. Exercita a atenção, a memória recente, a conexão entre fatos e experiências passadas, a linguagem, a imaginação, a capacidade de prever, a capacidade de interpretar, a intuição.

A leitura nos cura do dogmatismo e do ceticismo, do medo e da temeridade, do sentimentalismo e da insensibilidade, da falta de assunto e da verborragia, da indecisão e do fanatismo, da arrogância e da timidez.

Leitura faz bem para os músculos, para os ossos, para os olhos, para os ouvidos, para a queda de cabelo, para os rins, para os intestinos, para as juntas, para as costas, para as pernas, para os pés, para as mãos, para os dedos, para as unhas, para tudo.

Ler resolve problemas de visão, de solidão, de falta de recreação, de impotência, de sonolência, de implicância, de amargura, de cabeça dura, de alergia a fritura, de incultura, de postura, melhora a temperatura, aumenta a estatura, cola as fissuras, cura qualquer gastura, queima todas as gorduras.

Durante a leitura o leitor esquece as torturas da vida, recupera o amor à vida, dá vida a novas idéias, revive vidas passadas, prevê vidas futuras, comunica vida à vida mesma.

A cada leitura o leitor sai de si, reencontra-se, dá a volta ao mundo, mergulha oceanos, perfura a terra, entra em órbita, engole nuvens, desafia o Sol, abraça a lua... E tudo isso sem sair do lugar.

O leitor que lê bebe o leite, bebe o vinho, bebe o café do vizinho, bebe a cerveja, bebe de todos os rios, bebe sicuta, bebe uísque, bebe muito, bebe e cala, bebe e ouve, bebe tudo e continua sóbrio.

Leitura, sobretudo, é remédio para todos os males.

Cura dor de cotovelo, dor aguda, dor cansada, dor surda, dor crônica, dor romântica, dor poética, dor dramática, dor trágica, dor da mente, dor demente, dor da alma, dor de barriga, dor de cabeça, dor de dente, dor de peito, dor que nada respeita, dor difusa, dor confusa, dor fantasma, dor fina, dor grossa, dor incausada, dor ousada, dor para todos os gostos e lamentos.

Leitura cura tudo. E, claro, cura até mesmo o maior de todos os problemas. Cura a própria falta de leitura! Quem lê torna-se incuravelmente leitor."

Monday, January 11, 2010

O ROCK IN RIO E UM NOVO PAÍS





Lá se vão 25 anos do 1º Rock In Rio. E só me dei conta ao ler na manchete do IG nesta manhã. Imediatamente lembrei-me de um adesivo que ficou por 3 anos na janela de meu quarto. Morava naquela época em Marília, cidade do interior de Sâo Paulo, distante mais ou menos 800 Kms do Rio. Mas, naqueles dias, parecia que eu estava na cidade do rock.

Dez dias de janeiro de 1985 que marcaram para sempre minha vida. Foram os responsáveis pela minha descoberta do Rock. Por incrível que pareça, para quem me conhece hoje e sabe o quanto eu gosto de rock, até os meus quinze anos eu praticamente não conhecia este gênero musical. A não ser por um pequeno LP do Elvis Presley, minha praia era a MPB. Cresci ouvindo minha mãe cantar as músicas e contar a história dos grandes festivais da década de 60 que mudaram a história de nossa música. Ficava perto de uma vitrola com pequenas caixas de música ouvindo e cantando as letras que embalaram uma geração. Não fiz parte dela, mas aprendi a amar as canções que contavam sua história.

Minha geração, porém, é a do Rock in Rio 85, onde as grandes bandas do rock nacional ganharam vida. Como tantos outros jovens brasileiros, no verão daquele ano ampliei meus horizontes musicais e, por conta de bandinhas de garagem que ganharam projeção nacional, aprendi a gostar de rock. Minha rebeldia ganhava outros tons nas vozes de Cazuza e Herbert Viana. Sonhava pegar a estrada e entrar na cidade do Rock, um templo maluco onde meus sonhos de liberdade ganhavam vida. Via pela televisão milhares de pessoas juntas se irmanando e revivendo o ideal dos hippyes de Woodstock. Ainda que, aos olhos de hoje, isso possa parecer fora de moda, o Rock In Rio 85 foi um segundo Woodstock. O mesmo espírito de paz e amor imperava naquele imenso parque onde a total falta de infraestrutura era compensada pela grandeza dos acordes emitidos tanto por monstros consagrados como Fred Mercury ou românticos exagerados como CAZUZA. Era o melhor encontro da fama com a promessa. Não só de novos talentos da música, mas de um novo Brasil. Promessa da redemocratização e da Nova república. Promessa de um tempo de mais liberdade e menos repressão. Promessa de esperança.

1985, um ano após o 1984 do George Owell, trazia uma nova perspectiva para jovens como eu que não sabiam o que havia sido a ditadura na prática, mas sentiam o peso da sua história. Sentíamos o momento da mudança, a perspectiva de uma nova realidade, respirávamos os novos ares da abertura. Neste contexto, assim como Chico e tantos outros foram as vozes da contestação, as novas bandinhas foram a tradução de nossa libertação. Barão Vermelho, Titâs, Paralamas do Sucesso e Legião Urbana faziam com que pudéssemos dançar livremente e colocar pra fora toda a energia represada por tantos anos. Ao contrário do som intimista da bossa nova e MPB dos anos 60 e 70, a música da geração do Rock in Rio era explosiva e radiante. Trazia em seus acordes a vibração de uma geração que acordava para um país que estava renascendo.

Pouco se falou a este respeito, mas, à luz da história, O rock in Rio pode ser comparado aos festivais da canção dos anos 60. Ele também foi o ponto de partida para o grande sucesso de bandas que representam uma geração e seu tempo. Lançou músicos que, mesmo com o passar do tempo, foram capazes de se manterem atualizados e renovando seu repertório. E, sobretudo, foi o palco onde, pela primeira vez, depois de muitos anos, a liberdade pode ser vivida sem o medo do chumbo.

FRASE DO DIA

"O DESAPEGO É A SENDA PARA A VERDADEIRA LIBERDADE"

O livro Tibetano do Viver e do Morrer de Sogyal Rinpoche.

Wednesday, January 06, 2010

UM BRINDE, IATÃ!



Depois de muito tempo, calibrei a amizade com meu primo na mesa de um boteco. Conversa sem fim e de muita afinidade. Fechamos o bar e quase fomos expulsos.

As coisas boas não mudam. Um brinde Iatã!

Tuesday, January 05, 2010

PENSAMENTO PARA UMA VIDA

" (...) E para que me credencie a defender a minha verdade, começo por manifestar a humildade de saber que existem outras verdades e que elas são tão sustentáveis quanto às minhas e que a única razão pela qual um homem, um democrata passa a ter o direito de defender a sua verdade é exatamente o respeito que ele manifesta pela alheia"

MÁRIO COVAS