Friday, June 27, 2008

Cozinha de fazenda


Pele preta na cozinha amarela
põe comida na panela.
Chaleira no fogão à lenha
Bota água pra esquentar
Pé da serra
terra onde
cresce o café


Janela

de casa grande

sabor de história
no chão da cozinha

O Direito de Greve e o de Ir e Vir

Rumando a uma bem sucedida reunião dei de cara com o protesto dos professores que parou a Avenida Paulista e as imediações no final da tarde de hoje. Tinha horário marcado e o melhor caminho para me levar ao destino (região central da cidade) era a Avenida da Consolação.
Iniciei meu trajeto pela Avenida Rebouças, já complicada e apresentando morosidade. Depois de muito trocar de primeira para segunda marcha, quando pensei em entrar na Avenida da Consolação, um batalhão de "marronzinhos da CET" e Policiias Militares desviava o fluxo do tráfego para a Alameda Santos. Naquele instante (praticamente cinco da tarde - o horário da minha reunião), um grupo de professores vindo da Avenida Paulista descia a Consolção rumo ao centro. Caos total, buzinas para todos os lados e muita gente reclamando com os "marronzinhos". Sem qualquer alternativa tive que da Alameda Santos entrar na Rua Augusta e enfrentar (pasmem!), mais de uma hora de congestionamento para descer a Augusta até a Alameda Caio Prado. O Trânsito da Rua da Consolação havia sido desviado para a Rua Augusta e paralelas. Como uma rua como a Augusta suportaria o volume de tráfego da Consolação, incluse com ônibus? Resultado: ninguém saía do lugar. Fiquei travado no meio daquela bagunça (com os "marronzinhos" prestando o serviço de não ajudar em nada). até atingir a esquina da Alameda Caio Prado. Depois da Caio Prado, imediações do Mackenzie, Largo do Arouche e o destino final. Tempo de percurso: inacreditáveis uma hora e quarenta e cinco minutos.
O Direito de Greve é Constitucional e pode ser exercido em busca das reinvindicações de uma categoria. No caso desta paralização dos professores sou favorável à causa e ao exercício da greve. Desde que ele não tire o meu direito de ir e vir. Uma manifestação na avenida Paulista às 16 horas de uma sexta-feira só pode ser premeditadamente planejada para criar o caos neste já incontrolável trânsito paulistano. Por quê transtornar a vida de tantas pessoas ao mesmo tempo? Não é a greve suficiente para revindicar o direito de uma categoria?
Será mesmo preciso tirar o direito de outros para revindicar um direito próprio?

Wednesday, June 25, 2008

A BANDA

Assisti a um excelente filme que acaba de estrear em São Paulo: "A Banda". Dirigida por Eran Kolirin a produção franco / israelense conta a história de uma banda egípcia que chega a Israel para tocar na cerimônia de inauguração de um centro de arte árabe. Do aeroporto, os integrantes tomam um ônibus em direção à cidade onde deveriam fazer o concerto. Por engano, porém, param em outra cidade, onde um próximo ônibus só passa no dia seguinte.
Narrado de forma sensível e com movimentos lentos de câmera, o filme mostra as horas deste inusitado dia na vida de uma pequena cidade que recebe os músicos árabes. Incialmente os moradores mostram desconforto e até certa indiferença com a presença dos visitantes que, por sua vez, sem alternatina até o dia seguinte, tentam ser aceitos por aquela comunidade. Ao longo do filme os personagens vão construindo relações em que suas histórias são reveladas e segredos desvendados. Tudo em clima de paz, mesmo entre árabes e judeus.
Um filme que se passa no deserto, no dia em que vivi um oásis de felicidade.

Saudades Dna. Ruth

A partida de nossa querida ex-primeira-dama muito me entristeceu no dia de hoje. Mulher discreta, idealista, na vanguarda de seu tempo e que tão bem representou nosso país. Aprendi a admirá-la tendo acompanhado seu trabalho que tanto benefício trouxe à nossa sociedade.
Pessoas como ela deixam lacunas difíceis de serem preenchidas. Saudades, Dona Ruth.

Monday, June 23, 2008

Pensamento do sempre

"De tudo ficaram três coisas:

A certeza de que estamos sempre começando,

A certeza de que é preciso continuar,

A certeza de que seremos intenrompidos antes de terminar....

Portanto devemos:

Fazer da interrupção um caminho novo,

Da queda, um passo de dança

Do medo, uma escada

Do sonho, uma ponte

Da procura, um encontro..."

Fernando Pessoa

Pensamento feito para mim, uma alma que nunca se cansa de sonhar e não desiste de batalhar por seus sonhos.

Thursday, June 19, 2008

RAÍZES DE FAMÍLIA

Fazenda São Lourenço, 14 de junho de 2008 (01:000 hs)
Viagem cansativa. Dez horas desde minha casa.
Chegada linda, lua quarto-crescente (quase cheia), bois e cavalos vagando no meio do caminho, mato verde iluminado pelo farol do carro. Lembranças com saudade de meu avô Rubem. Aqui comemorei meu 5º aniversário em um inesquecível carnaval. Passei 33 anos com vontade de voltar. Desejo presente em cada lembrança que agora reencontro.
Fogão à lenha, portas de madeira, chaves de ferro, palmeiras imperiais. Silêncio da madrugada povoada de histórias. Ouvi os passos de meus antepassados, caminhei por suas trilhas, revi seu mundo. Aqui me encontro novamente.
Chão de madeira, pé-direito alto, janelas coloniais grandes, engenho velho, alambique abandonado, retratos e recordações na parede. Terra preciosa da minha família. Passado distante que venho resgatar. Montanha de pedra que vou atravessar. Do outro lado minha história para contar. São Lourenço da minha infância que agora vou revisitar.

Friday, June 06, 2008

CINEMA NOVO

Saí correndo em direção à Avenida Paulista. Um compromisso inadiável: cinema das cinco na Reserva Cultural. Todos corriam apressados para voltar para casa ou ir a algum lugar. E eu, indo ao cinema. Tinha vinte minutos para chegar lá e, sem ver quem se aproximava, ia passando um e outro, costurando todos e, como um piloto de competição, deixava os retardatários para trás.
Ninguém entendia nada, nem o próprio marronzinho de quem desta vez me vinguei, já que ele não pode sacar seu talão de multas. Lembrei-me de minha primeira e única São Silvestre quando corri pela Avenida Paulista após a longa subida da Brigadeiro. Não deixava para trás o vento que me acompanhava nesta corrida pela Avenida símbolo da cidade que nunca para. Uma corrida pura, livre, descompromissada e descontraída. Em direção aos meus sonhos e ao meu ser. Rumo ao topo da liberdade.
Não via nada. Só ouvia o vento soprando palavras em minhas orelhas e, confiante, corria, corria e corria. Desenfreadamante, com muita energia, deixando para trás coisas inúteis que devem ser esquecidas e enterradas. Olhando para frente, mirando no amanhã, pensava em começar de novo. Pensava em fazer do meu jeito, da minha forma, sem manual de instruções ou regras pré-estabelecidas. Pensava apenas em criar a minha estrada com a vida em minhas mãos contando apenas comigo e sabendo que disso seria capaz. Respirava, sugava, o ar que me faltava e oxigenava meus pulmões com a minha eterna esperança.
Cansado, mas com energia para mais tantos metros, cheguei ao cinema e assisti, pela primeira vez na minha vida, um filme às cinco horas da tarde de uma sexta-feira.

"Se o mundo faz ZIG, faça ZAG"

Esta frase do publicitário Alexandre Gama, fundador da agência de publicidade NEOGAMA diz tudo o que sinto hoje.
Alexandre Gama trabalhou como redator publicitário em diversas agências e nunca conseguiu eco para seus "surtos" criativos. Tinha sempre algo ou alguém que o impedisse de fazer o seu ZAG, como contou em uma palestra que assisi. Cansado daquilo tudo, resolveu iniciar praticamente do nada sua própria agência com o nome de NEOGAMA (por ser o novo Gama) e com o genial slogan: se o mundo faz ZIG, faça ZAG. Hoje a NeoGama é uma das maiores e mais premiadas agências do país, responsável pelo reposicionamento de imagem do Banco Bradesco e a incrível idéia de trazer o Circ Du Solleil para o Brasil (campanha absolutamente inédita no engessado mercado bancário). Além disso a NeoGama é a responsável pela liderança da Mitsubishi Pajero no segmento de SVU saindo de uma incômoda posição perante a Nissan Pathfinder que hoje amarga uma grande derrota graças às inovadoras campanhas da NeoGama.
Minha admiração ao Alexandre Gama, e o desejo profundo de fazer um grande ZAG em minha vida.

Thursday, June 05, 2008

FRASE DO DIA

"O peregrino da vida avança alegremente no caminho da luz quando se despoja de tudo que é inútil"

Georges Roux

Wednesday, June 04, 2008

BOA NOITE

Esperança minha que cresce dentro de mim.
Traze o sono
de onde brotam os sonhos que se tornam realidade.
Felicidade minha que nasce dentro de mim.
Traze o conforto
para esta incansável alma batalhadora.
Teimosia minha que nunca sai de mim.
Traze o fruto de meu esforço
Para que esta noite seja de paz.

VITÓRIA NA OMC

Apesar de toda a estapafúrdia política internacional do Itamaraty, o Brasil obteve no Tribunal da Organização Mundial de Comércio vitória definitiva contra os subsídios concedidos pelos Estados Unidos ao algodão.
Depois de quase seis anos de disputa na OMC, o Brasil conseguiu obter vitória na batalha travada no órgão máximo da Organização Mundial de Comércio. Alegando que o subsídio do Governo americano aos produtores de algodão daquele país prejudica os agricultores brasileiros, o órgão máximo da OMC julgou ilegal esta prática, o que permite ao Brasil a possibilidade de aplicar sanções monetárias contra os Estados Unidos.
Resta saber agora se o Brasil aplica as retaliações (que podem chegar a US$ 4 bilhões) ou tenta um novo acordo com o Governo Norte-americano. Tudo indica que o Itamaraty deva usar esta vitória como "carta na manga" para as negociações da próxima Rodada Doha, onde a questão da liberação do comércio será debatida. Com este ganho de causa, tende o Brasil a se fortalecer na próxima Rodada Doha, a ser realizada em julho.
Sendo esta a estratégia a ser adotada pelo Ministério das Relações Exteriores, tende a agricultura brasileira a sair fortalecida, posto que um dos grandes obstáculos enfrentados pelo produto agrícola brasileiro no exterior é o injusto subsídio protecionista aplicado pelos Estados Unidos e outros países europeus. A agricultura brasileira é uma das mais eficientes do mundo e tem excelentes índices de produtividade / hectare que muito superam os números apresentados pelos agricultores do primeiro mundo. Por quê, então, um produto de melhor qualidade a um preço mais baixo não pode entrar nos maiores mercados consumidores? Apenas por uma questão protecionista onde o subsídio coloca o preço dos produtos agrícolas (como é o caso do algodão) a preços mais baixos do que na realidade o seriam.
O subsídio tem sido a única arma protecionista que faz com que vários produtos agrícolas tanto na Europa como nos Estados Unidos tenham localmente preços mais baixos do que se fossem importados. Caso contrário, no mercado americano, por exemplo, o algodão brasileiro seria mais barato que o algodão produzido naquele pais. O que aumentaria consideravelmente nossas exportações de algodão além de fomentar a produção em nosso país.
Que esta seja a primeira de várias vitórias contra o injusto subsídio agrícola praticado contra o Brasil.

FRASE DO DIA

Um grande amigo me disse hoje:

"Eu queria ter comido metade das mulheres que minha mulher acha que eu comi, ter metade do dinheiro e do sucesso que meus amigos me atribuem e ter toda a beleza que minha mãe acha que eu tenho".

M.L.