Tuesday, March 18, 2008

Não Estou Lá

Assisti na sexta-feira a pré-estréia de Não Estou Lá, as muitas vidas de Bob Dylan. Definitivamente não é um filme para o grande público, tanto que a crítica na VEJA não é favorável. Quem for ao cinema esperando uma biografia de Bob Dylan vai se decepcionar.

As várias vidas de Bob Dylan são contadas paralelamente sem conexão de tempo ou linearidade. Pura desconstrução de um personagem que reinventou um gênero musical e criou algo nunca antes pensado. Por sua grandeza ao misturar o folk com o rock, buscando a essência de um novo gênero musical e pouco se importando com o rótulo de ícone de uma geração de contestação, Bob Dylan não mereceria uma biografia convencional. Merece sim, uma obra prima do cinema como este filme.

Não Estou Lá é arte. É poesia, é cinema puro. A exploração de todos os recursos de que o cinema dispõe para contar uma história. Desde o primoroso roteiro com cortes bruscos que ajudam a não costurar o recorte de imagens e histórias até o proposital movimento lento da câmera compondo as cenas onde o principal é a música de Dylan. Não Estou Lá, é fotografia, jogo de luz, contraste entre o real e o imaginário. Uma viagem ao mundo real (com depoimentos verdadeiros) entrecortados com o uso dos diversos personagens sem qualquer nexo que os conecte. A única síntese é a própria música de Bob Dylan que, de forma convincente, conta a história de seu próprio autor.

Para os fãs de Dylan, indispensável. Para os fãs de cinema, roteiro para muita discussão. Não Estou Lá é um filme sem meio termo. Dificilmente alguém permanecerá indiferente

1 comment:

Edison Waetge Jr said...

Quero ver!!!!!