Tuesday, April 07, 2009

SANTA INOCÊNCIA!

Ontem saí mais cedo do trabalho. De olho no relógio, corri para casa. Junto de minha mulher, minha filha já me esperava vestindo a camisa do São Paulo com caneta e máquina fotográfica em mãos. Apanhei as duas e colocamos o “pé na estrada”. O horário não era dos mais propícios e as luzes vermelhas dos carros que lotavam a Avenida Vinte e Três de Maio confirmavam a nossa verdadeira condição de fãs do Rogério Ceni. Enfrentávamos, em plena segunda-feira, por livre e espontânea vontade, o terrível trânsito da hora do “rush” só para ir ao lançamento do livro Maioridade Penal - 18 anos de histórias inéditas da marca da cal , escrito pelo goleiro em parceria com o jornalista André Plihal. O evento seria às 19h30min na Saraiva Mega Store do Shopping Morumbi.

O clima era de jogo. Daqueles decisivos em que se entra em concentração horas antes, pensa-se na escalação do time, no esquema tático e nas chances de vitória. Parecia que nos dirigíamos ao estádio, o que, dentro do shopping, acabou por se confirmar. Desde o estacionamento, bandeiras e camisas do São Paulo. Pelos corredores, uma “leva” de pessoas em direção à livraria. Com passos largos e em grupos, famílias e pessoas de todas as idades dirigiam-se ao seu ídolo.

Apressamos os passos, afinal, tínhamos que garantir nosso “lugar ao sol”. Doce ilusão, a Mega Store havia se transformado em uma Mini Store. Em meio a câmeras de televisão, jornalistas e personalidades do mundo esportivo, as pessoas se “acotovelavam” não só dentro da loja como no lado externo. Não havia mais distinção entre as filas. Uma começava no meio de onde supostamente terminava a outra. E os pobres funcionários da loja, certamente pouco acostumadas a este tipo de aglomeração, tentavam, em vão, colocar algum tipo de ordem na casa. Em meio a prateleiras, livros e mais livros, perdia-se de vista o início da fila. Nem mesmo o local onde Rogério estava foi informado. Mesmo assim permanecemos na fila por dez minutos quando fiquei sabendo que estava em uma fila para TENTAR conseguir uma senha, caso Rogério conseguisse atender até as 22:00 hs todas as 300 pessoas que haviam ficado em fila desde as duas da tarde para tentar ver o goleiro.

SANTA INOCÊNCIA! Achar que, por ser uma segunda-feira, chegando no horário (como de fatos chegamos), esperaríamos poucos minutos na fila e ainda conseguiríamos uma foto e um autógrafo na camisa da minha filha.

Mas valeu à pena. Compramos o livro, vivemos um gostoso momento em família e ainda tiramos a rotina da frente no dia mais chato da semana. Ontem, ao contrário do Garfield, adorei minha segunda-feira.

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