Sunday, January 27, 2008

Igreja da Sé - Lisboa

Quando eu era pequeno, meu avô ZUZA e minha avó Nilze fizeram uma viagem à Europa. Lembro-me de poucas histórias que eles nos contaram sobre aquela viagem, mas uma em especial marcou-me pelo resto da vida.

Disse meu avô que ele e minha avó em cada igreja que entravam rezavam um Pai Nosso. Ainda pequeno não entendi o significado daquele gesto que em minha memória ficou. Mais velho, quando em 1993 passei uma temporada aqui na Europa, tomado pela emoção e pela saudade, alcancei a dimensão daquele ato. Ao visitar as igrejas da Europa, lembrando-me deles, passei a rezar um Pai Nosso em cada Igreja que entrava. Aquilo me fazia muito bem e acabava por me aproximar de meus queridos que a tantos kilômetros de distância estavam. Desde então, a cada nova Igreja que conheço, não importanto a religião, ou local, repito o gesto de meus avós rezando um Pai Nosso. Com um toque pessoal: sempre de joelhos.

Hoje conheci a Igreja da Sé de Lisboa. Uma Igreja linda, de arquitetura gótica, cuja construção data do início do Século XII. Como não poderia ser diferente, ao entrar, ajoelhei-me e rezei um Pai Nosso fervorosamente. Dessa vez de forma mais intensa e mais emocionada, agradecendo pelo meu sucesso nesta viagem e pedindo por meu futuro. Orei também por toda a minha família e por todos os meus queridos, pedindo a Deus que abençoasse suas vidas e seus destinos.

Um gesto, porém, fez esta visita diferente. Acendi uma vela. Sempre achei bonito o fato de os católicos acenderem velas. Sempre respeitei este gesto devoto e reconheci nele um caminho para os fiéis mais fervorosos conseguirem aproximar-se de Deus aliviando seus corações aflitos. Como este gesto não faz parte da liturgia presbiteriana e de nosso hábito, raramente acendo velas. Mas hoje acendi uma vela e fiz uma oração muito especial. Ajoelhado. E de frente para o altar.

Na Igreja que resiste ao tempo, acendi uma chama e pedi ao tempo que a mantivesse acesa enquanto houver esperança em meu coração. Enquanto eu puder viver sonhando e enquanto meus sonhos possam tornar-se realidade. Enquanto eu tiver a coragem para viajar e enfrentar os desafios como desta vez enfrentei.

Despeço-me de Lisboa e espero poder voltar para um dia esta chama novamente encontrar.

2 comments:

Edison Waetge Jr said...

Parabéns pelo sucesso! Mesmo sem saber do que se tratava, torci muito por você!
Abração!

Fernando Lessa said...

Grande Junior,

Obrigado pela torcida, amizade e companheirismo de sempre. Tratava-se do lançamento na Europa da linha de óculos da Ana com um desfile em Lisboa.

Conto as aventuras com mais calma na sua taberna.