Friday, January 25, 2008

O Tejo e a imensidão

Em 1993 quando aqui em Lisboa estive vi o Rio Tejo pela primeira vez. Hoje tive a oportunidade de revê-lo. Mesmo quase quinze anos depois e com Lisboa muito diferente daquela que vi, a sensação que tomou conta de mim foi a mesma: a de visualisar e sentir a imensidão.

Naquela época estava passando uma temporada aqui na Europa e visitei Lisboa como último destino de uma rodada de 45 dias de viagem. Estava com saudades de casa, do Brasil e de falar português. Quando defrontei-me com o TEJO, senti uma enorme emoção (a mesma de hoje). Senti no encontro do rio com o oceano o ponto mais próximo de casa, ao mesmo tempo o mais distante. Senti a imensidão do oceano a me separar e aproximar de casa, pensando na coragem daqueles que há mais de quinhentos anos enfrentaram o mar em busca de riquezas. Imaginei a loucura insana de se lançar com mantimentos provisionados no mar sem fim pondo-se a enfrentar as intempéries do oceano. Pensei na tristeza daqueles que ficavam esperando, talvez sem esperança, quem partiu voltar.

A visão do Tejo é linda, uma nota de fado dentro de Lisboa. Toda a emoção contida, profunda, romântica e sofrida do Fado, traduzidas no rio e sua imensidão. Toda a alma portuguesa, sua coragem e grandeza de outros tempos, contida em águas sem fim. Um reino perdido em sua própria água, que guarda as lembranças de outrora.

Parei e sentei para ouvir a água ir e vir batendo no "paredão" à beira do Tejo. Senti-me bucólico. Só. Saudoso. Poético. Do outro lado Alcântara e a vontade de atravessar. O Tejo e o oceano. A vida e o tempo. Atravessar as dificuldades que esta cidade hoje me trouxe e enfrentá-las com a coragem dos portugueses navegantes.

Nas águas do Tejo, a imensidão da minha esperança.

3 comments:

Edison Waetge Jr said...

Ora, pois! Boa viagem! Espero que tudo corra (tenha corrido?) bem.
Abraços,
Junior

Fernando Lessa said...

Hoje correu bem. Amanhã tem mais. Porém estou triste.

Abraços,

Edison Waetge Jr said...

Warrun?