Friday, February 29, 2008

O embargo à Cuba e a corrida presidencial americana

Acompanhando a campanha dos dois candidatos Democratas, vejo pouca divergência programática e ideológica. Na verdade, ambos posicionam-se de forma segura e não muito arriscada dentro do limitado universo liberal aceito pelo eleitorado norte-americano. Com uma leve tendência de Obama (por sua origem racial) buscar o voto das minorias. Os dois parecem, entretanto, estar lutando dentro do mesmo espaço norteando-se mais pelas pesquisas eleitorias do que por suas propostas. Na luta pelos pontos percentuais, apenas respostas evasivas (sem grande comprometimento) , troca de acusações e absolutamente nada de novo em relação ao circo eleitoral de qualquer país.
Mas e se Obama levantasse a discussão sobre o fim do embargo econômico à cuba? Qual seria a repercussão nesta comportada e comedida campanha? Estando no meio das primárias, acho que Obama teria tempo suficiente para dominar a opiniçao pública e deixar em aberto seu posicionamento, chamando para si todos os holofotes da campanha e definitivamente ofuscando sua adversária democrata. Usando esta estratégia ele poderia fazer um "balão de ensaio" com a opinião pública durante as primárias e medir a real força desta possível arma arrebatadora em uma campanha presidencial. Caso a reação seja negativa provavelmente ele ainda sairia fortalecido deste debate, dizendo que apenas levantou a questão para ouvir seu eleitorado e que seguiria sua vontade.
Minha percepção, entretanto, é que Barack Obama teria um tremendo sucesso utilizando-se desta estratégia, tornando-se praticamente imbatível. Provavelmente parte do eleitorado de Hillary (formado por cubanos e latinos) , simpatizantes desta idéia, migrasse para o lado de Obama fortalecendo-o no campo dos democratas. No lado republicano, esta postura provavelmente pouco impacto causasse, porém, no universo dos indecisos ou politicamente pouco ativos, esta postura poderia ganhar muitos votos, principalmente dentre os indecisos. Barack estraria, definitivamente, chamando para si toda a atenção da campanha, levantando uma discussão que animaria o mais desinteressado dos americanos.

2 comments:

Edison Waetge Jr said...
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Edison Waetge Jr said...

Hum... vou dar um pitaco na política americana.
Concordo com você que Obama obteria uma vantagem sobre a Hillary, porém acho que seria bem capitalizado pelo candidato republicano que usaria isso como terrorismo político para angariar votos na reta final. Isso para não mencionar o fato de Obama já ter um nome que lembra o Islã.
Agora, que não faz mais sentido manter o embargo, ah, isso não faz meeesmo!