Em 1993 quando aqui em Lisboa estive vi o Rio Tejo pela primeira vez. Hoje tive a oportunidade de revê-lo. Mesmo quase quinze anos depois e com Lisboa muito diferente daquela que vi, a sensação que tomou conta de mim foi a mesma: a de visualisar e sentir a imensidão.
Naquela época estava passando uma temporada aqui na Europa e visitei Lisboa como último destino de uma rodada de 45 dias de viagem. Estava com saudades de casa, do Brasil e de falar português. Quando defrontei-me com o TEJO, senti uma enorme emoção (a mesma de hoje). Senti no encontro do rio com o oceano o ponto mais próximo de casa, ao mesmo tempo o mais distante. Senti a imensidão do oceano a me separar e aproximar de casa, pensando na coragem daqueles que há mais de quinhentos anos enfrentaram o mar em busca de riquezas. Imaginei a loucura insana de se lançar com mantimentos provisionados no mar sem fim pondo-se a enfrentar as intempéries do oceano. Pensei na tristeza daqueles que ficavam esperando, talvez sem esperança, quem partiu voltar.
A visão do Tejo é linda, uma nota de fado dentro de Lisboa. Toda a emoção contida, profunda, romântica e sofrida do Fado, traduzidas no rio e sua imensidão. Toda a alma portuguesa, sua coragem e grandeza de outros tempos, contida em águas sem fim. Um reino perdido em sua própria água, que guarda as lembranças de outrora.
Parei e sentei para ouvir a água ir e vir batendo no "paredão" à beira do Tejo. Senti-me bucólico. Só. Saudoso. Poético. Do outro lado Alcântara e a vontade de atravessar. O Tejo e o oceano. A vida e o tempo. Atravessar as dificuldades que esta cidade hoje me trouxe e enfrentá-las com a coragem dos portugueses navegantes.
Nas águas do Tejo, a imensidão da minha esperança.
Friday, January 25, 2008
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
3 comments:
Ora, pois! Boa viagem! Espero que tudo corra (tenha corrido?) bem.
Abraços,
Junior
Hoje correu bem. Amanhã tem mais. Porém estou triste.
Abraços,
Warrun?
Post a Comment