Friday, May 09, 2008

"YES WE CAN"

O slogan criado para a campanha de Barack Obama ("Yes we can") teve um forte aliado durante os últimos meses: a imprensa americana. Nesta semana a capa da Revista TIME estampa a foto do candidato democrata com a manchete "And the winner is..." com um asterisco. E o asterisco é justificado pela frase: desta vez temos certeza.
Pelos cálculos matemáticos apresentados pela imprensa americana ao mundo a vantagem de Obama sobre Hillary Clinton parace irreversível após a vitória do candidato negro nas primárias da Carolina do Norte no último dia 06 de maio. Mesmo ainda faltando algumas convenções primárias, Barack Obama pretende no dia 20 de maio oficializar sua vitória sobre a adversária e conclamar o partido democrata a unir-se em torno de sua candidatura. Mas ainda não admite abertamente sua vitória. Perguntado em entrevista a uma grande rede de televisão sobre a capa da revista TIME, o candidato disse que ainda há muito trabalho pela frente.
O cenário atual apenas confirma a trajetória da disputa entre os dois pré-candidatos Democratas nos últimos meses. Uma ligeira vantagem de Obama sobre Hillary em Estados com maior presença de minorias raciais e a contrapartida do desempenho da ex-primeira dama em Estados mais conservadores como a Pensylvania. Mantendo-se as devidas estratégias de marketing eleitoral buscando o posicionamento de cada um dos candidatos, o discurso de ambos não apresentou grandes diferenças ideológicas ou programáticas , mantendo apenas a tônica de oposição à continuidade do Governo Bush (qualquer que fosse o vencedor). À exceção da questão do Iraque, quando Hillary mostrou uma postura mais agressiva do que Obama (buscando uma parcela do eleitorado mais consevador - inclusive o republicano), não houve discussões programáticas. Além da questao do Iraque estratégia do comitê de Hillary foi tentar criar a imagem de um Barack Obama mais radical (associando-o a seu ex-pastor e conecções com terroristas). As duas estratégias, aparentemente inteligentes, não se mostraram eficazes principalmente por uma razão: a proteção da imprensa americana ao pré-candidato negro.
O que se comprova mais uma vez com a história desta corrida ao posto de candidato do Partido Democrata para concorrer às eleições presidenciais americanas é a força da mídia. Tivesse a imprensa não "blindado" Barack Obama e a história talvez tivesse sido diferente. Tivesse a imprensa "eleito" Hillary Clinton como pré-candidata ideal e, quem sabe, no dia 20 de maio quem estivesse anunciando prematuramente sua vitória seria a ex-primeira dama.
Durante toda a pré-campanha a mídia americana não apenas protegeu Obama como o enalteceu e o posiconou como a melhor opção. Talvez até como a "salvação" para a América. Mais do que pelos méritos e qualidades do pré-candidato, a "vitória" de Barack Obama sobre Hillary Clinton deve ser atribuída a uma nada velada e pouco parcial cobertura da imprensa americana à esta disputa.

1 comment:

Edison Waetge Jr said...

Obama! Obama! Obama!