Tuesday, December 18, 2007

Estrada para o interior

Para minha filha, essência da minha Vida

Acabei de sair de sair de uma reunião. Boa. Mas sempre com o xadrez das negociações comerciais. Muito bem jogado por sinal. Todos fingem que não sabem o que o outro quer e fingem estar acreditando no que o outro diz. Final de ano. Uma cortesia aqui, outra ali, panos quentes e, tudo bem, em janeiro nova rodada. Aprendi muito, como sempre tenho procurado, olhando para os olhos dos jogadores desta vida comercial. Preciso aprender a ser frio e calculista nestas situações. Preciso desaprender a dizer sempre a verdade. Será que conseguirei? Neste mundo a regra é esta e tenho de me convencer de que não estou fazendo nada errado. Business is business.

Neste contexto corporativo, ao final da reunião, o assunto foi o destino de cada um no Reveillon. Angra dos Reis, África do Sul, New York. Claro que era hora de mostrar que a colheita do ano fora boa e exibir os louros da vitória. Quando perguntado sobre meu destino, disse simplesmente: pro interior, para uma fazenda. Senti o nítido ar de decepção do meu interlocutor, um jovem empresário de apenas 24 anos querendo mostrar seu poder. Pela sua cara deve ter pensado: pobrezinho deste aí, vai para o INterior, não vai para o EXterior.

Pois é, meu caro, vou mesmo para o INTERIOR, para o MEU interior. Vou para a terra de onde sou origem, vou para a terra onde semeio e renovo minhas esperanças. Vou para a terra onde aprendi a ver a vida como um agricultor: aqui se planta , aqui se colhe. Vou para a terra que para mim é sagrada e de onde saíram e saem todos os valores que pautam minha existência. Vou para a terra onde a simplicidade me faz feliz.

Já voei muito, já viajei muito, já me distanciei demais. Agora busco a proximidade, a veracidade e a natureza. Busco o silêncio, a paz interior e o sossego do verde. Busco o fim de tarde bucólico e a melodia do silêncio. Busco as estrelas e seus mistérios, o s animais e seus barulhos e a música que está em mim. Bem no meio do meu INterior.

Para lá minha filha vai desde seus dois meses de vida e lá aprende o que são as coisas da terra, as coisas que só a terra pode ensinar. Lá minha filhota já viveu muito mais do que muita gente e está aprendendo a ver o mundo na horizontal e não não na vertical. Lá minha filhota aprende o que deve ser passado de geração em geração. Lá minha filhota de apenas 2 anos e sete meses percorre uma trilha que a história traçou.

Naquela terra, minha filhota se une a mim na estrada da vida.

1 comment:

Dudalessa said...

FÊ, tenho certeza de que vc voltará de lá muito mais renovado e feliz... Deve ser por isso, como diz a Rosana, que a Bia é apaixonada por vc. Caminhar no INterior é sempre mais saudável e inspirador.
Bela lição de vida.