Thursday, August 14, 2008

BADALOS DA MINHA ROTINA

Blem, blem, blem. Dez horas. Há pouco cheguei no escritório. Pessoa física, porque a jurídica chega mais tarde.
Blem, blem, blem. Onze horas. Já li meus e-mails pessoais, dei uma zapeada nos jornais e em alguns portais, tomei vários copos de café e "deletei" os e-mails dispensáveis. Começo a acordar e "dar teto" para pousos e decolagens.
Blem, blem, blem. Meio-dia. Já acordei depois de mais uns copos de café. Respondi os e-mails importantes, passei alguns ainda não tão importantes, mas estou vivo para o mundo.
Blem, blem, blem. Uma hora. Ponho meus pés na rua e caminho em direção ao sustento energético do almoço. Felizmente poucas vezes de carro, na maioria das vezes à pé.
Os ônibus passam e a rua dá sentido ao dia. Não estou encaixotado em um bloco de cimento onde não se vê a luz do dia, a cor do céu, o movimento das horas. As pessoas são pessoas e distanciam-se dos personagens criados pelo mundo de plástico das corporações e do consumo das praças de alimentação.
Blem, blem, blem. Três horas. Há pouco voltei do almoço. Vejo se tenho resposta dos e-mails, faço ligações, mando os e-mails importantes. Tomo café. Estou ligado.
Blem, blem, blem. Quatro horas. Ás vezes reuniões mais inteligentes dos que as que já tive. Redação à toda, notícias "pipocando", Brasil e mundo perto de mim.
Blem, blem, blem. Cinco horas. Espero o tempo passar.
Blem, blem,blem. Seis horas. Hora da Ave Maria. A tarde cai, a luz se vai, o dia se foi.
Blem, blem, blem. Sete horas. Hora de ver minha filha e minha mulher.
Blem, blem, blem. Nos sinos do relógio da Igreja da Consolação, os badalos da minha rotina.

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