Friday, October 10, 2008

"Escrever é escutar o ruído do mundo"

Contrariando as expectativas que apontavam para escritores consagrados como o peruano Mario Vargas Llosa ou o israelense Amós Oz, a Academia Sueca concedeu o Prêmio Nobel de Literatura de 2008 para o escritor Jean Marie Gustave Le Clézio. Pouco publicado no Brasil (apenas três obras foram traduzidas e publicadas por aqui), o francês é um dos autores mais traduzidos de seu país. Escolhido pela Academia sueca por "buscar a aventura poética e o êxtase sensual, por explorar a humanidade além e abaixo da civilização reinante", o autor francês é um viajante e ativista ecológico dividindo seu tempo entre a Europa e os Estados Unidos.
Nascido na França em 1940, logo na tenra infância mudou-se para a Nigéria, onde seu pai foi médico durante a Segunda Guerra Mudial. A década que passou na África, deixou marcas por toda sua vida, sendo a paixão pelo deserto a principal delas, que lhe rendeu inspiração para seu primeiro romance de projeção internacional, "Désert", de 1980, que lhe rendeu o prêmio da Academia Francesa.
Desde a década de 70, quando decidiu abandonar os grandes centros, Le Clézio vive entre Nice e o Estado do Novo México, nos Estados Unidos. Após receber a notícia da sua escolha, o francês declarou que "escrever não é só estar sentado em sua mesa, é escutar o ruído do mundo". Por saber escutar estes ruídos, Le Clézio receberá um prêmio de US$ 1,4 milhão a ser entregue no mês de dezembro, em cerimônia na cidade de Estocolmo.

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